sexta-feira, 18 de maio de 2007

Risco-País atinge nova marca histórica

No câmbio, o dólar ensaiou uma recuperação mas, sem força, voltou a cair discretamente. O Brasil continua colhendo os frutos da melhora na percepção de solvência do País. Ontem, um dia após o upgrade concedido ao Brasil pela agência Standard & Poor’s, foi a vez do risco-país estabelecer nova mínima histórica. O Brasil, uma semana antes, já havia recebido uma nota melhor da Fitch Ratings. Nos dois casos, o País é agora BB+, faltando apenas um nível para o grau de investimento. O risco-país, uma espécie de termômetro da confiança dos estrangeiros na capacidade de o Brasil honrar suas dívidas, estava em 143 pontos-base no fechamento do mercado local, no menor nível da história do País. A queda no dia chegou a 3,37%.

Até então, o recorde brasileiro havia sido registrado em 20 de abril, quando o risco fechou em 146 pontos-base. "O risco continua se movendo como reflexo dos upgrades concedidos ao Brasil nos últimos dias e já está igual ou inferior a de outros países que são investment grade", explica Marcio Jerônimo, analista para Mercados Emergentes da corretora Lopez Leon. Um exemplo é a Índia que, pela classificação da Fitch Ratings já é grau de investimento, com nota BBB-, mas tem uma taxa de risco superior ao Brasil, com 156 pontos-base.

No câmbio, o dólar segue pressionado pela enxurrada de moeda em direção ao Brasil, que tende a crescer com a proximidade do grau de investimento e do risco-país em queda. Ontem, a moeda fechou praticamente estável, com discreta queda de 0,05%, a R$ 1,953. Após dois dias de forte queda, ontem o dólar chegou a ensaiar uma recuperação. Atingiu a máxima de R$ 1,966, com alta de 0,61%. Mas não teve força para sustentar o movimento.

"As tesourarias começaram o dia trabalhando com a expectativa de que o BC fosse novamente comprar pesado, como no dia anterior", avalia Flavio Ogoshi, da área de câmbio do Rabobank. Na quarta-feira, o BC atuou nos dois mercados, no futuro e no à vista. Vendeu US$ 1 bilhão de swap cambial reverso e comprou US$ 1 bilhão no à vista. Ontem, o BC optou por não vender swaps reversos. E no mercado à vista teria comprado bem menos do que na quarta. "A expectativa pela atuação ajudou no ajuste durante parte do dia, mas quando o mercado percebeu que o BC não atuaria tão forte o dólar voltou a cair."

Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os juros embutidos nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) seguem se ajustando à maior probabilidade de que o Copom corte a Selic em meio ponto, na reunião de junho. Reduzir os juros internos, que atraem capital especulativo, parecer ser a única saída do BC para conter em parte a apreciação do real. A Selic, hoje de 12,50% ao ano, cai apenas 0,25 ponto percentual há três reuniões consecutivas do Copom. O DI julho deste ano, que concentram as apostas para o Copom, indicou juro anual de 12,13%, contra 12,15% do ajuste anterior. A chance de corte de meio ponto na Selic é de 70%.

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