quarta-feira, 23 de maio de 2007

Governo economiza R$ 9,4 bi com compra antecipada de dívida externa

O governo vai economizar R$ 9,4 bilhões em juros graças ao resgate antecipado de títulos da dívida externa feito ao longo dos primeiros quatro meses do ano. Os títulos, emitidos pelo Tesouro Nacional, tinham prazos variados de vencimento que iam até 2040. A estratégia foi facilitada pelo dólar barato e também acabou contribuindo para segurar a cotação da moeda americana.


CONTAS PÚBLICAS

O governo brasileiro economizará R$ 9,4 bilhões em juros graças às operações de recompra antecipada de títulos da dívida externa feitas nos quatro primeiros meses do ano. A estratégia, facilitada pelo dólar barato, é comprar títulos emitidos pelo próprio governo que estão no mercado internacional.
Ao retirá-los de circulação antes do vencimento, o Tesouro Nacional economiza os juros que seriam pagos até a data final. Os títulos recomprados tinham prazos variados, que iriam até 2040. As operações de recompra somaram R$ 4,7 bilhões até o fim de abril. Só em março e abril, foram recomprados R$ 3,6 bilhões.
Essas operações, além de permitir economia com juros, influenciam a taxa de câmbio. Provocam saída de moeda estrangeira e ajudam a compensar parte dos dólares que entram no País, principalmente os ingressos decorrentes das aplicações de investidores estrangeiros em títulos da dívida interna.
Essa aplicação cresceu depois que o governo isentou o capital externo de Imposto de Renda (IR). Nos 13 meses de vigência da medida, entraram no País US$ 16,4 bilhões para investimento em títulos.
A ação mais agressiva do Banco Central (BC) no mercado de câmbio piorou o perfil da dívida pública interna em abril, que atingiu R$ 1,15 trilhão (ante R$ 1,14 trilhão em março). A parcela da dívida atrelada à taxa básica de juros (Selic) está R$ 29,3 bilhões maior por causa dos leilões do BC de swap cambial. Essas operações funcionam, na prática, como se o BC comprasse dólares.
Por causa das operações de swap, a parcela da dívida atrelada à Selic subiu para R$ 455,66 bilhões, o equivalente a 39,57% do total. A participação de títulos prefixados - que haviam alcançado a liderança em março - voltou a cair e atingiu 36,17% do total. "O contrato de swap conceitualmente não é dívida. É troca de rentabilidade", minimizou o coordenador de operações da Dívida Pública do Tesouro, Guilherme Pedras.

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