sábado, 5 de dezembro de 2009

Debandada dos tucamos larápios

A revelação da existência de uma suposta planilha de caixa 2 da campanha do governador José Roberto Arruda (DEM) em 2006 derrubou ontem o presidente do PSDB-DF, Márcio Machado. Ele foi o autor do documento divulgado ontem pelo Estado com o nome de 41 empresas que teriam sido abordadas para ajudar a campanha de Arruda. O documento contém o nome das empresas e, ao lado, valores que somam R$ 11 milhões. Junto do nome de várias das empresas há cifras e a sigla "PG".

Após a campanha, Arruda nomeou Machado seu secretário de Obras. Ontem, pressionado pela cúpula do partido com a divulgação do documento, Machado pediu licença de 90 dias do cargo, mas dificilmente deverá reassumir o posto. Segundo a assessoria do PSDB, Machado deve ser chamado a dar explicações na semana que vem e pode sofrer processo disciplinar por causa da prática de caixa 2.

Por causa do escândalo do "mensalão do DEM", o PSDB exigiu que o dirigente da sigla no DF deixasse o governo na terça-feira. Segundo Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo e colaborador da Polícia Federal nas investigações, Machado era um dos "captadores" do caixa 2 da campanha de 2006.

Ontem, Machado voltou a confirmar ao Estado a autoria da planilha. Indagado se o documento era de caixa 2, não negou. "Isso deve ser perguntado ao DEM, o candidato era do partido", disse ele. "Eu já disse o que era para ser dito."

Por meio de seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o tucano deu a versão de que esse manuscrito serviu apenas para projetar os pedidos de doações para a campanha de Arruda, mas não soube explicar, por exemplo, o que significa a expressão "PG" ao lado de 12 empresas, indicando que os recursos foram repassados.

Além das empresas e dos valores, a planilha traz uma coluna com dois saldos, um em dólar (US$ 342.900) e outro em real (R$ 243.500), além de duas listas de receitas e despesas, somando R$ 2,2 milhões.

Cerca de 20 construtoras, como a GW Construções, são citadas no documento, incluindo algumas que fecharam contratos com o governo Arruda desde 2007. O manuscrito de Machado cita ainda pagamentos que teriam sido feitos a políticos. Aparecem as inscrições "Fábio S." e "P.O." - que seriam Fábio Simão, ex-chefe de gabinete do governador do DF, e o vice-governador, Paulo Octávio (DEM).

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