terça-feira, 8 de dezembro de 2009

No caminho de Lula, Suplicy. Mais uma vez

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) poderá atrapalhar os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de emplacar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) no governo de São Paulo em 2010. Ontem, Suplicy enviou ao diretório estadual paulista do PT uma carta na qual defende prévias no partido e manifesta o desejo de se candidatar ao cargo hoje ocupado pelo presidenciável José Serra (PSDB). “Tomei essa decisão depois de fazer um balanço da minha atividade como senador”, justificou o petista.

Os correligionários de Suplicy vão, agora, correr o estado de São Paulo em busca de 3 mil assinaturas para validar a pré-candidatura do senador, já que o estatuto do PT prevê que 1% do total de filiados (297,5 mil) concorde com o nome apresentado. Os panos de Suplicy batem de frente com o desejo de Lula, que sonha em ver Ciro candidato a governador do maior estado brasileiro, o que fortaleceria a aliança para eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente da República.

Suplicy não tem escondido de ninguém que é contra a candidatura de Ciro por São Paulo em aliança com o PT, já que o partido tem nomes fortes para concorrer ao cargo. Segundo o senador, em uma conversa que teve recentemente com Ciro, ele havia dito que pretende concorrer mesmo é ao Palácio do Planalto e não ao governo de São Paulo. No entanto, o deputado cearense não descarta a possibilidade de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, uma vez que ele mudou o domicílio do seu título de eleitor para São Paulo seguindo uma orientação do presidente Lula.

Debate

A carta de Suplicy foi encaminhada ao presidente do diretório regional do PT de São Paulo, Edinho Silva. “O caminho mais saudável é abrir o debate entre os pré-candidatos”, ressalta. O senador tem mandato até fevereiro de 2015 e conta com apoio de uma ala grande do PT. No entanto, poucos se manifestam para não entrar em rota de colisão com Lula, que tem como prioridade eleger Dilma. A ex-prefeita Marta Suplicy, por exemplo, torce pela candidatura de Antônio Palocci ao governo de São Paulo, mas sempre ressalta que vai fazer o que Lula mandar.

Além de Palocci, Eduardo e Marta Suplicy, outros figurões do PT paulista sonham em se candidatar ao governo do estado e torcem pelas prévias e que o partido não endosse a candidatura de Ciro Gomes. Entre eles estão o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia e o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza, o partido só vai eleger o governador de São Paulo se fizer uma frente partidária forte formada pelo PT, PSB (partido de Ciro), PDT, PR e outros. Ele defende que no melhor nome é Ciro e avisa que as prévias, apesar de previstas no estatuto do PT, podem não ocorrer, caso haja um acordo. “Aos poucos, estamos conversando com os pré-candidatos”, diz o parlamentar. Nessas conversas, os petistas que apóiam Ciro tentam demover a ideia da candidatura própria. “Se o Ciro aceitar se candidatar ao governo paulista, nem se discute mais isso”, avisou Vaccarezza.

1- Do contra

Não é de hoje que Eduardo Suplicy toma atitudes polêmicas e que nem sempre agradam ao PT. Em 2002, o senador disputou as prévias do partido para ser candidato à Presidência da República. Perdeu para Lula por mais de 80%. Em 2003, defendeu um grupo de deputados e senadores do PT que foram expulsos da legenda. O grupo era liderado pela senadora Heloísa Helena que, depois, fundou o PSol. Em 2005, chorou ao assinar um abaixo-assinado para criar a CPI que investigou denúncias de irregularidades nos Correios. Recentemente, ganhou destaque por ter dado um cartão vermelho ao presidente do Senado, José Sarney.(CB)

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