domingo, 13 de dezembro de 2009

Precisa combinar com Aécio

O PSDB prefere uma chapa puro-sangue para enfrentar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), nas eleições presidenciais de 2010. Quem garante é o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), um dos generais tucanos escalados para desatar o nó que impede a definição do concorrente da sigla. Os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, disputam o direito de representar a oposição na corrida ao Palácio do Planalto. Se dependesse do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os dois comporiam a mesma chapa, com Serra como cabeça e Aécio no posto de vice. Como o mineiro resiste à ideia, a dobradinha não passa de um sonho distante.

“Todos nós preferimos a chapa puro-sangue, que reúne Serra e Aécio ou Aécio e Serra”, disse Guerra. Perguntado sobre a possibilidade de isso ocorrer, acrescentou, resignado: “Não é provável”. Hoje, a tendência é o DEM indicar o vice do candidato escolhido pelo PSDB. Antes de ser atingido pelo escândalo do panetone e se desfiliar dos Democratas, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, era uma das opções preferenciais para a vaga. Agora, está fora do xadrez da sucessão nacional. “O DEM tem vários nomes sugeridos: José Carlos Aleluia, Kátia Abreu, José Agripino”, afirmou Guerra. Nos bastidores, nenhum dos três mencionados comove os tucanos. Sobretudo os veteranos Agripino (RN), líder do DEM no Senado, e Aleluia (BA), vice-líder da sigla na Câmara.

Timing
Apesar de Serra liderar as pesquisas de intenção de voto, há uma certa apreensão nas hostes oposicionistas com os rumos da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cresce entre tucanos e democratas a sensação de que é preciso colocar logo o candidato escolhido na rua, a fim de fazer frente à pré-campanha da ministra Dilma, embalada pelo prestígio de Lula e a inauguração de obras e até de pedras fundamentais. O governador de São Paulo quer adiar a definição para março. Já Aécio cobra uma solução até janeiro. Caso contrário, afirma que anunciará a disposição de concorrer ao Senado. Isso daria fim ao sonho da chapa puro-sangue.

“Não havendo esse acordo, é provável que nossa chapa seja fechada com o DEM. Não será com Arruda, mas com outro candidato. O DEM é um partido saudável, positivo”, declarou Guerra. Além de trabalhar no plano nacional, o senador costura palanques regionais. Em seu estado, Pernambuco, articula a candidatura ao governo do senador Jarbas Vasconcelos, integrante da ala oposicionista do PMDB. “A influência de Serra para que Jarbas dispute a eleição existe e terá surtido algum efeito. Não sei qual. Mas acho que ele vai ser candidato.” Em Pernambuco, o governador Eduardo Campos (PSB), aliado a Lula, é favorito em 2010.

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