sábado, 12 de dezembro de 2009

Salário de marajá para Kassab

O líder do DEM na Câmara de São Paulo, Carlos Apolinário, apresentou ontem uma emenda que congela em R$ 12.384 o salário do prefeito Gilberto Kassab (DEM). O texto fixa em R$ 11 mil o vencimento da vice-prefeita, Alda Marco Antonio, e dos 28 secretários.

Apolinário apresentou o texto um dia depois do fracasso da proposta da Mesa Diretora, que aumentaria o salário de Kassab para R$ 23,2 mil; dos secretários para R$ 19 mil; e o da vice-prefeita para R$ 20,8 mil. A votação foi boicotada pelo PSDB.

A base aliada do prefeito diz não ter sido avisada com antecedência sobre a proposta de Apolinário, cuja atitude isolada aumentou o racha governista. A ação foi interpretada por outros líderes como uma retaliação pela obstrução feita pelo "centrão" à votação do Plano Diretor. Nesta semana, Apolinário não conseguiu convencer os colegas a votar a proposta de novas regras para a cidade.

Para vereadores, o ato de Apolinário e a união PSDB-PT contra a proposta inicial inviabilizam a votação do reajuste até quinta-feira - fim do ano legislativo. É o primeiro revés de Kassab no Legislativo. Após aprovar em novembro o aumento do IPTU para 1,7 milhão de imóveis, a Câmara temia novo desgaste, no momento em que a cidade sofre com enchentes.

MAL-ESTAR

Uma declaração do presidente da Câmara, Antonio Carlos Rodrigues (PR), anteontem, quando tentava convencer os colegas a votarem o aumento salarial, gerou indignação em entidades civis. Rodrigues perguntou aos colegas se alguém conseguiria sobreviver com R$ 5 mil por mês, o atual salário dos secretários. "Com R$ 5 mil por mês eu não teria nem conseguido estudar meus filhos."

"Isso só mostra que os vereadores realmente não conhecem os problemas e anseios da população", criticou Lucila Lacreta, coordenadora do Defenda SP. No Campo Limpo, reduto de Rodrigues na zona sul, a renda média mensal é de R$ 932.

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