quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Entre a cruz e a caldeirinha

Não existem professores concursados suficientes para atender a todos os alunos da rede estadual paulista. Por isso, entra ano e sai ano, o governo contrata professores temporários para dar conta do recado. A solução, que era para ser apenas um remendo provisório, virou um problemão de tanto que as autoridades enrolam para fazer novos concursos.

Só no ano passado, 80 mil temporários foram chamados para tapar os buracos da rede. Os concursados foram 130 mil.

Neste ano, o governo ao menos realizou uma prova para os temporários --antes, nem isso havia. Só estaria habilitado a dar aulas como temporário quem tirasse pelo menos cinco nessa prova. De cada dez professores temporários que fizeram o teste, seis passaram. Os quatro que tomaram bomba deveriam passar longe de uma sala de aula. Deveriam...

José Serra  já admite que, em alguns casos, vai ter de chamar gente reprovada para dar aulas. Melhor isso que deixar as crianças ao deus dará, dizem as autoridades. Não dá para discordar, mas note o leitor a situação do aluno: fica entre a cruz (ter aula com um mestre incapaz) e a caldeirinha (não ter aula nenhuma).

Agora o governo começa a fazer concursos efetivos para tentar dar um jeito na situação. Dez mil vagas estarão em disputa a partir de março, concurso que trará uma boa inovação: a terceira e última fase, eliminatória, será um curso de quatro meses de treinamento dos pré-qualificados. Não deixa de ser um começo, mas o ritmo de preenchimento de vagas ainda é lento demais.

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