sábado, 23 de janeiro de 2010

Professor reprovado dará aula nas escolas estaduais

O resultado da prova de seleção de professores temporários - aqueles que não passaram por concurso público para dar aula - obrigou o governo paulista a rever as regras de distribuição das aulas e admitir que docentes reprovados no exame lecionem na rede estadual de ensino em 2010, o que antes não era cogitado. Dos 182 mil professores que prestaram o exame, 88 mil não alcançaram a nota 5 (cinco), limite de corte. É quase a metade (48,42%) dos que fizeram a prova no mês passado.

Na outra ponta, os cerca de 94 mil aprovados não necessariamente conseguiram atingir a nota 5, pois compuseram até 20% da nota final com o tempo de serviço, uma reivindicação sindical.

A prova avaliou o conhecimento dos professores temporários nas disciplinas que lecionam. O exame seria eliminatório para evitar que docentes que não demonstrassem dominar minimamente as matérias pudessem assumir aulas e ensinar os estudantes.

Após a análise dos resultados, entretanto, a Secretaria Estadual de Educação voltou atrás temendo faltar professores para regiões do Estado e/ou disciplinas em que o aproveitamento na prova foi abaixo do esperado, o que ocorreu sobretudo em áreas de ciências exatas. A pasta abriu mão do caráter eliminatório do exame para garantir todas as aulas aos cerca de 5 milhões de alunos dos 5,3 mil colégios estaduais. A rede tem 230 mil docentes e os temporários representaram entre 40% e 50% desse universo ao longo de 2009.

“Eventualmente, você vai precisar de alguns professores que tiraram menos de 5. Minha primeira obrigação é garantir aula”, disse o secretário estadual da Educação, Paulo Renato Souza. “Vamos ter necessidade de usar temporários mais em matemática e física, onde as taxas de aprovação aparentemente foram mais baixas.”

A secretaria promete oferecer, ao longo do ano, cursos de capacitação a distância de ciências exatas. Paulo Renato não acredita haver falta de professores nessa área. “O problema é a formação.”

Pela nova regra, depois dos professores efetivos, os temporários aprovados na prova serão os primeiros a escolher aulas e os reprovados ficarão com as vagas que sobrarem, mediante classificação que respeitará o desempenho no exame. Os reprovados selecionados neste ano voltarão a fazer prova para lecionar em 2011.

Apesar de ser forçado a mudar a regra, o secretário afirma que está mantido o principal eixo da prova dos temporários, que é selecionar os melhores docentes. Ele minimizou o alto índice de reprovação, disse que o exame foi bem elaborado, longo e complexo e afirmou estar satisfeito com o resultado.

“Um professor que está muito tempo afastado dos bancos escolares e está dando aula teria mais dificuldades”, ponderou. “Para mim, o mais importante foi o fato de termos feito a prova e introduzido a cultura da classificação pelo conhecimento. Isso é algo absolutamente novo no Estado e está sendo aceito por todo mundo. Teremos um corpo de professores neste ano melhor que em 2009.”

No ano passado, após a primeira tentativa de avaliação, cerca de 1.500 professores que zeraram na prova foram dar aula porque o exame foi invalidado na Justiça. Nesta edição, zeraram entre 50 e 60 docentes e, pela primeira vez, os resultados serão considerados.

Melhora do ensino pode impulsionar crescimento do País

A prova de seleção dos professores temporários na rede pública paulista é um dos instrumentos possíveis para a melhoria da qualidade do ensino, desafio maior da educação depois da universalização dos anos 1990.
Com escolas melhores, públicas e privadas, mais qualificada a mão-de-obra do País, uma das condições apontadas para impulsionar o crescimento econômico.

1 Comentários:

  • sexta-feira, 15 outubro, 2010
    Anônimo Disse:

    A PROVA DOS TEMPORARIOS PARA LECIONAR EM 2011, SERÁ CLASSIFICATORIA OU ELIMINATORIA

    delete

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