Os shows pirotécnicos que saudaram a entrada do novo ano decretaram também o início da batalha entre PT e PSDB para aumentar o poder de fogo de seus candidatos à presidência nos principais colégios eleitorais do país. O objetivo é fortalecer a artilharia em Estados estratégicos e fechar acordo com aliados até março.
Os tucanos miram Rio de Janeiro, além do Ceará e do Amazonas, onde há indefinição na corrida ao governo do Estado. Entre os petistas, o foco é centrado em São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do País.
Na segunda quinzena do mês, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o secretário-geral do partido, Rodrigo de Castro (MG), começam a viajar pelo País. O medo é repetir 2006, quando o então candidato a presidente, Geraldo Alckmin, ficou quase sem palanque nos Estados por causa do medo dos candidatos a governador em perder votos caso fizessem oposição à reeleição de Lula. “É melhor um palanque menor, mas que seja fiel. Antes havia palanque demais e campanha de menos”, disse Rodrigo de Castro.
O Rio é o principal motivo da dor de cabeça no PSDB. Há dois anos que se apostava no palanque com Fernando Gabeira (PV), mas o deputado prefere o Senado. A sigla agora se divide entre fabricar a candidatura de um parlamentar - Marcelo Itagiba, Otávio Leite ou Índio da Costa, do DEM - ou convencer o ex-prefeito César Maia (DEM), que também mira o Senado e resiste a “ir ao sacrifício”.
Para o PT, o problema está em São Paulo, onde os tucanos governam desde 1995. A alternativa Ciro Gomes (PSB), defendida por Lula, ainda desperta desconfiança. “O tempo da candidatura Ciro se esgota e o PT toma a frente para lançar candidatura própria”, disse o líder petista na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). Entre os cotados estão o deputado Antonio Palocci, a ex-prefeita da capital, Marta Suplicy, e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Ventilou-se o nome do senador Aloizio Mercadante, que quer a reeleição.
Em Minas, o ex-prefeito Fernando Pimentel e o ministro Patrus Ananias querem ir às urnas. No entanto, a cúpula do PT quer evitar prévia e não vê com maus olhos o apoio ao ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB). No Paraná, há indefinição para petistas e tucanos. Ambos cortejam o palanque do senador Osmar Dias (PDT) - mas o PSDB tem dois nomes, Álvaro Dias e Beto Richa. Estadão