Em meio ao escândalo do “mensalão do DEM”, o grupo empresarial do vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), é acusado de provocar rombo de R$ 27 milhões aos cofres da Caixa Econômica Federal. O Ministério Público Federal (MPF) entrou, há três semanas, com 5 denúncias na Justiça Federal contra construtoras do vice-governador. O procurador da República Carlos Henrique Lima cobra, entre outras coisas, a devolução do dinheiro.
Paulo Octávio é aposta do DEM para suceder o governador José Roberto Arruda, que deixou o partido após denúncias de corrupção. O JT teve acesso à íntegra das ações. No centro da investigação está o Brasília Shopping, um dos mais luxuosos da cidade.
O MPF aponta irregularidades na construção feita em parceria entre o Grupo Paulo Octávio e o Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa. A sociedade dura até hoje na gestão do shopping. O procurador lembra que o rombo prejudica “interesses das milhares de pessoas” do fundo.
Apuração mostra que o Grupo Paulo Octávio e ex-diretores do Funcef teriam transferido recursos, supostamente ilícitos, do fundo para a obra do shopping, inaugurado em 1997. Pelo contrato, cada parte teria 50% de participação no negócio. Mas em 2009, após cobrança do MPF, o Grupo Paulo Octávio admitiu que o Funcef repassou mais dinheiro do que deveria. A investigação ainda aponta sumiço de relatórios mensais da obra e aditivos contratuais.
O superintendente de shoppings do Grupo Paulo Octávio, Edmar Barros, informou que a empresa ainda não foi avisada das denúncias do MPF. “Portanto, não podemos nos pronunciar sobre o caso”. A assessoria de Paulo Octávio disse que ele não pretende se manifestar sobre as acusações. “O vice-governador não fala sobre assuntos ligados à empresa, pois está licenciado da mesma para o exercício da vida pública”.
Caixa e Funcef dizem que “vem prestando todos esclarecimentos demandados” pelo MPF.