A balança comercial do agronegócio brasileiro bateu novos recordes históricos em agosto. Conforme o Ministério da Agricultura, os embarques do setor renderam US$ 6,786 bilhões, 15,7% mais que no mesmo mês de 2007, e o superávit do campo chegou a US$ 5,711 bilhões, um aumento de 13,4%. Os dois resultados foram os melhores já registrados em um mês de agosto.
A performance garantiu os crescimentos das exportações do complexo soja (grão, óleo e farelo) e das carnes (bovina, suína e de frango), que nesta ordem encabeçaram, como de costume, as exportações do agronegócio.
Com destaque para o óleo de palma e a farinha de trigo, determinou o crescimento de 29,7% das importações do setor no mês passado, para US$ 1,071 bilhão, o que evitou que o saldo fosse maior. Em julho, o superávit observado foi 49,5% superior ao de julho do ano passado; em junho, comparação semelhante indicava um incremento de 26,9%.
Com a desaceleração, nos primeiros oito meses deste ano o superávit do campo atingiu US$ 40,668 bilhões, ainda 25,5% mais que em igual intervalo de 2007. As exportações acumuladas foram a US$ 48,499 bilhões, 28% mais que de janeiro a agosto de 2007, e as importações alcançaram US$ 7,831 bilhões, alta de 42,4%, sempre segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura.
O complexo soja liderou os embarques nos oito primeiros meses de 2008, com US$ 13,707 bilhões, 71,4% acima do resultado do ano passado até agosto. As carnes ficaram em segundo lugar neste ranking, com vendas de US$ 9,846 bilhões ao exterior, um crescimento de 36,9%. As exportações do complexo sucroalcooleiro, que inclui açúcar e álcool, permaneceram em terceiro com US$ 4,636 bilhões, 5,4% mais.
Soja, carnes e açúcar e álcool também encabeçaram as exportações brasileiras do agronegócio entre setembro de 2007 e agosto passado, período de 12 meses que já sinaliza a tendência para o resultado anual da balança comercial do setor. Neste intervalo, os embarques do campo alcançaram US$ 69,022 bilhões, 24,2% mais que entre setembro de 2006 e agosto do ano passado, as importações totalizaram US$ 11,052 bilhões, um salto de 37%, e o saldo ficou em US$ 57,970 bilhões, 22% maior.
Em todos os cenários, mostrou o ministério, o avanço chinês como destino das vendas brasileiras se destacou, principalmente em virtude do encarecimento da soja. De janeiro a agosto deste ano, o gigante asiático comprou US$ 6,340 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro, 97,3% mais que no mesmo período de 2007. Entre setembro de 2007 e agosto de 2008, foram US$ 7,8 bilhões, um incremento de 85,7%.
Desta forma, o país assumiu a condição de principal destino dos embarques do agronegócio nacional nas duas comparações, em ambas superando os Países Baixos, destaque histórico por abrigar o porto de Roterdã, na Holanda, o maior da Europa. Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Itália e Espanha continuaram como os demais compradores mais relevantes, conforme o ministério.