Sabidamente, um intermediário dos negócios do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, o candidato a prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, no curto período que esteve no Governo de Minas, transferiu para empresas pertencentes a Walfrido toda tecnologia acumulada pela Cemig, por quase meio século, na área de gestão e soluções de informática para o setor energético, como operação e automação de redes de transmissão de energia e usinas hidroelétricas. O valor deste patrimônio intelectual pertencente à Cemig, vale preço de mercado, algo em torno de US$ 1 bilhão, segundo a Revista Energia. Esta tecnologia foi entregue de graça à iniciativa privada. Um dos sócios é a FIR Capital, empresa pertencente ao grupo de Mares Guia, que administra o Fundotec, do qual Marcio Lacerda é participante.
No português correto, ele transferiu para si mesmo parte do patrimônio da Cemig. Sua gestão como Presidente do Conselho de administração está ligada ao desmonte e entrega do patrimônio da Cemig à iniciativa privada.
Segundo antigos funcionários da Cemig, o método adotado por Marcio Lacerda foi o de “já que a lei proíbe que se privatize a empresa, vamos privatizar as atividades da mesma”.
Críticos da candidatura de Marcio Lacerda afirmam que o interesse do governador de Minas Gerais e do prefeito de Belo Horizonte para que ele assuma a Prefeitura da capital é devido ao fato de ele ser bem mandado e não ter pudor em executar certos projetos.
Exemplo disto foi a participação do mesmo no debate da Rede Bandeirantes de Televisão, onde afirmou com toda tranqüilidade: “Um empresário ter contra si 2.000 reclamações trabalhistas não tem nada demais”, concluem estes críticos.
A ata da Reunião do Conselho de Administração da Cemig demonstra claramente que Marcio Lacerda, sem dar satisfação a ninguém, escolheu três empresas para serem sócias da Cemig, que integrara a sociedade sem a maioria das ações, dando em troca a tecnologia que seus técnicos conseguiram em meio século de funcionamento. Não resta dúvida que um cidadão que pratica este ato não tem sequer pudor. (Novo Jornal)
Ata da reunião do Conselho de Administração da Cemig presidido por Marcio Lacerda, que "privatizou" parte das atividades da Cemig