quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lula prevê baixo impacto no País


A balança comercial, a expansão do mercado interno e as reservas internacionais de US$ 205 bilhões permitem ao governo “ficar tranqüilo, porém atento” diante da crise financeira desencadeada nos Estados Unidos, sustentou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula avaliou que o impacto de uma eventual recessão americana sobre a economia do Brasil será “muito menor, quase imperceptível”, em comparação com os efeitos das crises que assolaram especialmente os países em desenvolvimento nos anos 90. “Pode atingir o Brasil, mas menos do que em qualquer outro momento.”

Ao lado do primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, Lula relatou que nenhum chefe de Estado com quem tem falado se mostrou seguro para esboçar o impacto da crise mundo. “A cada dia há uma surpresa. Isso mostra que o cassino imobiliário era muito maior do que se poderia imaginar.”

Uma das atenuantes para a economia brasileira, na avaliação de Lula, é a baixa exposição das instituições do País ao mercado imobiliário americano. “Graças a Deus, o sistema financeiro brasileiro não estava metido no subprime.”

TÁBUA

Para Lula, a expansão do mercado interno será a “grande tábua de salvação da economia brasileira”, em um cenário de contaminação da crise americana no resto do mundo, e continuará a ser impulsionada pelo governo. O volume de US$ 205 bilhões acumulados nas reservas internacionais, segundo ele, será o principal “colchão” contra os possíveis impactos.

O presidente destacou ainda, como ponto de maior conforto para o Brasil, a redução da dependência das exportações brasileiras em relação ao mercado americano e a diversificação de mercados, especialmente da América Latina, África e Ásia. Há 20 anos, quase 30% dos produtos embarcados pelo Brasil se destinavam aos EUA. Em 2007, o índice caiu para 15,6%.

AJUSTES

Lula também falou da crise ontem, na reunião de coordenação política do governo. Segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, o presidente recomendou aos ministros que fiquem atentos e disse que quer conversar semanalmente sobre o assunto. Lula também pretende tratar do tema com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que não estava presente.

Na reunião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou a necessidade de atenção para, eventualmente, fazer algum ajuste na política econômica. Para Mantega, a economia brasileira não deve perder ritmo neste ano, mas admitiu possível impacto em 2009.


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