quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Produção volta a crescer, aponta pesquisa do IBGE


O desempenho da produção industrial em julho, que avançou 1% na comparação com junho e 8,5% em relação a julho do ano passado, revela a volta de uma tendência de crescimento no setor, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento também aparece na comparação de dados bimestrais, trimestrais e no acumulado em 12 meses.

O coordenador da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), Silvio Sales, informou que a produção industrial no bimestre junho-julho ampliou-se 3,9% na comparação com os dois meses anteriores. O resultado foi o melhor para esta comparação desde o bimestre encerrado em outubro de 2003, quando houve acréscimo de 6%. Também na taxa trimestral ocorreu aceleração, com os dados até julho acumulando alta de 1,1% em relação ao trimestre encerrado em, junho, sendo o o maior ritmo de incremento desde outubro de 2007, quando ficou em 2,5%. Em 12 meses, o crescimento da indústria passou de 6,7% em junho para 6,8% até julho.

O resultado de julho foi puxado por bens de capital e bens intermediários, o que dá maior qualidade à expansão da indústria. Categoria mais abrangente da pesquisa, os bens intermediários subiram 1,1% entre junho e julho e 7,5% em relação a julho do ano passado. Entre os maiores impactos de alta entre junho e julho, apareceram outros produtos químicos (4,2%), e fumo (12,9%). Em bens de capital, a alta foi de 1,2% sobre junho e de 22,3% sobre julho do 2007.

Ao mesmo tempo em que esses setores aceleraram o ritmo, a produção de bens de consumo arrefeceu. Entre as principais quedas entre junho e julho estão material eletrônico e equipamentos de comunicações, com baixa de 7,6%, seguido por veículos automotores, com recuo de 1,2%. "As quedas fortes agora têm mais a ver com acomodações do que com reversão de tendência " , avaliou Sales.

Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), "o pujante crescimento da indústria no presente vem preparando simultaneamente as condições de um renovado crescimento no futuro". Essa avaliação está baseada no aumento forte de bens de capital e intermediários em comparação à performance menos pujante em bens de consumo.

O setor de bens de capital, observou o Iedi, acumula variação no ano de 18,1% e nos últimos meses apresenta tendência de aceleração. E esta é a "melhor composição possível para o crescimento da indústria, pois a dianteira de máquinas e equipamentos é o que, após um certo período (três a seis meses em termos médios), irá gerar a capacidade de produção adicional que a economia precisará para acomodar, sem inflação, o crescimento da demanda", acrescentou o Iedi sobre a pesquisa do IBGE.

O técnico do IBGE afirmou que, no acumulado bimestral, todos os setores mostraram trajetória de alta. Bens de capital avançaram 9,5% e os bens intermediários ficaram mais próximos da média de 3,9% e cresceram 3,5%. Entre os bens de consumo, os duráveis tiveram alta de 2,1% e os não-duráveis subiram 1,3% no intervalo junho-julho.

Sobre o decréscimo de 5,2% observado no segmento de bens duráveis em julho, Sales ponderou que isso não significa desaquecimento econômico ou freio no efeito do crédito sobre o comércio. Segundo ele, as estatísticas da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mostram que concessionárias de veículos e móveis e eletrodomésticos continuam com resultados acima da média do comércio varejista e que os efeitos acontecem com mais intensidade sobre supermercados e hipermercados.

Para Sales, o crescimento das importações mostra um impacto maior sobre a produção industrial de bens de consumo. Em julho, na comparação com igual mês do ano passado, as importações de bens de consumo duráveis avançaram 111%. Ele observou que isso explica quedas como a de 3,7% entre os eletrodomésticos em julho, mencionando o recuo de 7,1% na linha branca e de 8,3% na linha marrom.

O técnico do IBGE acrescentou que, até o momento, não há sinal de impacto da alta dos juros básicos, iniciada em abril, sobre a produção industrial. " As sondagens conjunturais não mostram empresas mudando decisões de investimentos. Até o momento, não há inflexão que possa ser relacionada com a alta dos juros " , afirmou.

2 Comentários em “Produção volta a crescer, aponta pesquisa do IBGE”

  • quinta-feira, 04 setembro, 2008
    ZEPOVO Disse:

    O crescimento do Brasil parece sólido e com tendências boas para o futuro( não é bôlha)
    Interessante notar que o aumento de juros do BC parece não ter assustado os empressários.

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  • domingo, 07 setembro, 2008
    Anônimo Disse:

    Ainda bem que eu perdi este encontro. Nele encontraram-se figuras que representam o motor do retrocesso, falo de Serra e Aécio.
    Tupac Amaru dos Santos.
    Governador Valadares Minas Gerais.

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