Numa mensagem endereçada ao governador José Serra (PSDB), de São Paulo, o governador Aécio Neves (PSDB) disse ontem em Belo Horizonte que oferecerá o seu apoio e entusiasmo a qualquer candidato que for indicado pelo seu partido para disputar as eleições presidenciais em 2010. Mas caso a preferência dos tucanos recaia sobre o seu nome, ele espera que esse desprendimento não seja apenas de Minas Gerais.
A sua fala, após um café da manhã na Associação Comercial de Belo Horizonte, foi interpretada como uma recusa em sair do partido, caso seja preterido. Mas esclareceu que Minas Gerais, em função do seu número de eleitores e prestígio no cenário político, não ficará de fora das articulações, das discussões políticas que resultarão na definição do candidato do partido e à própria campanha eleitoral. "Pretendo realizar uma agenda de viagens pelo país a partir de janeiro e no segundo semestre vamos, democraticamente, analisar quem é o melhor candidato para disputar as eleições", declarou.
Aécio Neves não se mostrou entusiasmado com a possibilidade de uma chapa puro-sangue do PSDB, só com candidatos tucanos para presidente e vice. O governador disse que o país tem um quadro partidário extremamente plural e que uma aliança deve ser buscada não apenas para vencer as eleições para governar o país. "Soaria de forma pretensiosa a intenção de um só partido indicar a cabeça da chapa e o seu companheiro. Não há necessidade disso para que eu e o Serra estejamos juntos", declarou.
Transferência de votos
O governador mineiro reconhece que o presidente Lula é merecedor da excelente avaliação por parte dos brasileiros, por conta principalmente do bom momento vivido até pouco tempo pela economia mundial. Esclareceu, porém, que essa imagem não resultará necessariamente em transferência de votos para o candidato do PT. "Quem ganhou a presidência da República nos duas últimas eleições não foi o PT mas o presidente Lula. Isso está absolutamente claro", declarou.
Aécio Neves afirmou que a mudança do Partido dos Trabalhadores ao chegar ao poder sugere que não haverá mais grande polarização econômica nas próximas eleições. Segundo Aécio, haverá espaço para novos temas e um dos quais ele pretende trazer ao debate é a gestão pública de qualidade, como melhor instrumento de melhoria das condições sociais do País.