quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mantega acredita que País escapa da recessão


O Brasil terá um crescimento de 5% a 5,5% em 2008, a despeito do aprofundamento da crise financeira internacional a partir de setembro. A projeção é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, feita logo depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmar a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre em 6,8%. Conforme o ministro, os bons resultados acumulados nos três primeiros trimestres compensam, com folga, a desaceleração já dada como certa no último trimestre, fazendo com que a média do ano fique em 5% ou mais.

Para 2009, o ministro aposta em crescimento do PIB de 4%, mas alerta que não é uma simples previsão, mas um objetivo a ser alcançado. "Quatro por cento é meta que temos que trabalhar para alcançar. É uma construção, não uma mera previsão econômica", disse, descartando taxas negativas de crescimento. "Não teremos recessão", enfatizou.

Mantega destacou o crescimento do PIB em 6,8% no terceiro trimestre, ressaltando que o avanço foi mais forte que no primeiro trimestre (6,1%) e no segundo trimestre (6,3%). "É um crescimento muito bom para o País, é um crescimento de qualidade", disse o ministro sobre o resultado do terceiro trimestre. Ele salientou que a formação bruta de capital fixo, em alta de 19,7%, e o crescimento da construção civil, em mais de 10%, são provas da saúde econômica do Brasil. "Significa que estamos nos modernizando, que o parque produtivo brasileiro está recebendo máquinas mais modernas, capacitando o País para uma compe-tição mais forte que haverá depois que essa crise se acalmar", afirmou o ministro.

Dinâmica do PAC

Bem-humorado perante os resultados do PIB divulgados pelo IBGE, o ministro tratou de ressaltar que o crescimento do terceiro trimestre foi "dinamizado" pelas ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançado em maio pelo governo federal, e também pelos programas sociais do governo, que reforçam o poder do mercado interno. "Esse crescimento que tivemos significa que ganhamos musculatura, que acumulamos forças para o período mais difícil que já está acontecendo no mundo e no Brasil", disse Mantega. "Nossa desaceleração será menor que a de outros países, que já estavam com crescimento debilitado desde o primeiro semestre do ano passado", disse o ministro. Para ele, o Brasil está em situação melhor que Rússia, China e Índia, os demais BRICs, o grupo dos principais países emergentes.

Apesar de manter o tom otimista, Mantega abandonou o discurso de que o País estaria blindado perante as turbulências, como ocorria no início da crise. Agora, ele admite que "teremos uma desaceleração que já era esperada. É o resultado das dificuldades que esta crise internacional está trazendo para o Brasil", declarou, ao projetar crescimento de 3% a 3,5% no último trimestre de 2008.

Retomada em 2010

O ministro da Fazenda afirmou, no entanto, que o Brasil retomará os patamares de crescimento do período anterior à crise em 2010, e aproveitou para dizer que o País tem condições para manter tamanhas altas do seu PIB sem comprometer outros indicadores. "Em todos os trimestres o aumento foi superior a 6%. Isso demonstra que a economia brasileira tem condições de crescer de forma equilibrada.

A inflação esteve sob controle. Só subiu por causa do choque das commodities", disse Mantega, mandando um claro recado para o seu companheiro de governo, Henrique Meirelles, do Banco Central, que decide hoje sobre a taxa básica de juros, que é o principal instrumento de controle da inflação.

Embora não tenha arriscado opinar sobre qual será o novo patamar cambial, Mantega disse que o dólar mais caro será benéfico para o Brasil, principalmente por tornar as exportações mais competitivas. "As contas externas serão ajustadas, principalmente pelo novo câmbio", afirmou Mantega.

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