Dupla 'cutucou' tucano durante o dia. Mas Serra preferiu rebater a ministra da Casa Civil
Cotados como candidatos à Presidência em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o deputado federal Ciro Gomes (PSB) travaram um duelo ontem pela “vaga” de principal adversário do governador José Serra (PSDB), que lidera pesquisas de intenção de voto na corrida ao Planalto. A petista, que foi a Salvador, disse que a polarização entre seu partido e o PSDB “é inexoráveL”. Já Ciro manteve a linha de ataques dos últimos dias e acusou o partido de Serra “destruiu o País” no governo Fernando Henrique Cardoso. O Serra, porém, preferiu polarizar com Dilma.
Na capital baiana, Dilma, vestida de branco, participou de missa em ação de graças na Igreja do Senhor do Bonfim, pela cura do câncer linfático. A ministra disse que os eleitores vão optar entre dois projetos. Citou o do presidente Lula como sinônimo de “profunda transformação no País” e o da oposição como “reflexo do passado”, referência ao governo FHC. “Poderemos confrontar os dois projetos. E só ver o que foi feito de 2003 até agora e o que foi feito antes.”
Sobre a candidatura da senadora Marina Silva, que trocou PT pelo PV, foi enfática. “Marina não representa mais o projeto do presidente Lula.” Dilma não quis se aprofundar sobre pesquisas que apontam favoritismo de Serra. “Eu não vou brigar com números. Já houve quem disse que ia se eleger antes, até sentou na cadeira e perdeu a eleição.” Outra referência a FHC, que em 1985 chegou a se sentar na cadeira de prefeito e foi derrotado por Jânio Quadros.
'2010 sem Lula e FHC'
Às portas da igreja, ela cumpriu ritual típico do sincretismo baiano - tomou banho de folhas pelas mãos de pais e mães de santo. “Acredito na fé dos homens. Acho que a religião é um dos motores capazes de expor o que há de melhor dentro das pessoas”.
Em Ribeirão Pires, onde anunciou obras, Serra rebateu Dilma. “Uma certeza eu tenho em relação à disputa do ano que vem. É que não será entre o candidato Lula e o candidato Fernando Henrique”, respondeu. “Haverá outros candidatos e a população vai analisar”. Serra tem adotado a comparação entre sua gestão estadual e o governo federal em eventos com mais frequência.
Ele foi recebido com protesto de professores contra o projeto que institui adicional de salário mediante aprovação em exame a ser aplicado pelo governo. Em silêncio, cerca de dez manifestantes seguraram duas faixas durante o evento. Também havia protestos contra a obra do Rodoanel.
Em Macapá, Ciro voltou a negar que pretenda disputar o governo paulista, apesar de ter transferido título eleitoral do Ceará a São Paulo. E retomou críticas ao PSDB no governo federal. “O Brasil quebrou três vezes, passou sete anos sob domínio do FMI, houve o apagão, se perdeu um terço dos mestres e doutores do ensino público superior e 70% das estradas.”
Anti-Serra? Prefiro vê-los como candidatos "Pró-Lula".
Um abraço!