A presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, anunciou hoje (15), durante evento no Itamaraty, no Rio, a criação de um canal internacional da TV Brasil, voltado para os emigrantes brasileiros que, atualmente, somam cerca de 3 milhões de pessoas, segundo o governo. A África deve ser o primeiro continente a receber as transmissões, em 2010.
“Será um canal com programação ajustada aos horários deles [do país onde a programação será exibida] e com conteúdos mais direcionados para o público no exterior”, afirmou Tereza, durante a 2ª Conferência das Comunidades Brasileiras no Exterior.
De acordo com a presidente, a ideia é que a TV Brasil Internacional funcione em TVs a cabo ou por assinatura, com início previsto para o próximo ano. Na grade, programas exibidos no Brasil, com adaptação de horário, além de outros conteúdos preparados para os emigrantes, inclusive com a colaboração deles.
“Esse público é tão brasileiro como nós que estamos aqui. Assim, da mesma maneira que os brasileiros têm canais de comunicação com a EBC, queremos criar algo como um e-mail para que possam mandar pautas, vídeos e sugestões”, explicou.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acredita que, por meio de uma televisão pública brasileira no exterior, o governo possa ampliar o diálogo com os emigrantes, favorecendo a divulgação de serviços consulares, campanhas como o incentivo à participação nas eleições e a educação, com cursos a distância, por exemplo.
Morador de Orlando, no Estados Unidos, o jornalista brasileiro Paulo Corrêa comemora a iniciativa e defende a exibição da culinária brasileira na TV, variedades regionais do país e da cultura “como um todo”. “Não dá para ficar refém das televisões comerciais brasileiras aqui”, afirmou.
“Queremos que nossas crianças conheçam mais diversidade do Brasil, do povo brasileiro e não apenas a imagem exibida nas novelas”, criticou.
A presidente da EBC afirmou que, por uma questão logística relacionada à disponibilidade de satélite, a África deve ser o primeiro continente a receber o canal internacional da TV Brasil. Mas, segundo ela, alcançar a América também está nos planos. Para isso, ela cobrou apoio do Congresso Nacional e do Ministério das Relações Exteriores.