sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Aldo aposta em dissidentes para vencer


Aliados de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na campanha pela presidência da Câmara apostam na desconfiança do Congresso em relação ao PT para vencer a desvantagem numérica e política do comunista em relação ao candidato petista, Arlindo Chinaglia (SP). Reconhecem que o apoio declarado do PMDB e do PSDB dá uma vantagem a Chinaglia - que classificam de "mínima". O grupo de Aldo aposta sobretudo no baixo clero para vencer a disputa no dia 1º de fevereiro.

Todos sabem, na Câmara, que, com poderes "demais", o PT atropela aliados, argumenta um político próximo de Aldo. A cúpula do PCdoB garante que não vai usar um discurso antipetista no plenário, para não melindrar um parceiro antigo. Mas admite que o comando de campanha de Aldo, que envolve outras legendas, poderá adotar esse caminho. Outra arma é mostrar aos aliados o histórico de descumprimento de acordos pelo PT. "Essa não é uma reclamação apenas dos partidos da esquerda; líderes do PTB, PP e PL sabem muito bem que isso é verdade", acusa um político de destaque do PCdoB.

Os aliados de Aldo Rebelo afirmam que a contagem dos votos ainda encoraja o candidato a permanecer na disputa. A candidatura de Rebelo estima contar com 90% do PFL. Os últimos movimentos dariam a Chinaglia uma vantagem, segundo partidários do atual presidente da Câmara, de 60% a 40% a favor do petista nos partidos da coalizão governista. A situação se inverteria entre os votos da oposição: 60% a 40% pró-Aldo. Além disso, entrariam na conta aproximadamente 100 a 120 deputados indecisos.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo (SP), afirmou que o apoio do PSDB a Chinaglia é fruto de acordos entre petistas e tucanos nas Assembléias Legislativas da Bahia e de São Paulo. "Todos esses acordos regionais pesam, mas na hora do voto, secreto, isso passa a não ser determinante", completou Rabelo. No fim da tarde de ontem, Aldo assegurou que não há possibilidade de abrir mão de concorrer à reeleição. "Não entendo porque meus adversários temem a disputa em plenário", afirmou.

Aldo comparou a sua situação à Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas quase conquistaram a importante cidade de Stalingrado, na Rússia, mas foram derrotados pela resistência dos russos e pela perícia tática dos generais comunistas. "A nossa Stalingrado será no plenário", prometeu. Ele assegura que, mesmo depois da adesão do PMDB e do PSDB a Chinaglia, integrantes dessas legendas ligaram manifestando apoio. "Evidentemente não vou expor meus eleitores para evitar ataques especulativos".

Nos últimos dias, pessoas próximas a Aldo acusaram o governo - especialmente o ministro Tarso Genro - de liberar emendas e oferecer cargos no primeiro escalão para que o comunista desistisse da candidatura. O presidente da Câmara, porém, poupou o Planalto e o presidente Lula do desgaste. E aposta que prevalecerá sobre Chinaglia, quando os deputados se reunirem no dia 1º de fevereiro para decidir o futuro comandante da Casa. "Votos se colhem nas urnas, não em cachos, como as bananas", comparou Aldo.

0 Comentários em “Aldo aposta em dissidentes para vencer”

Postar um comentário

 

Consciência Política Copyright © 2011 -- Template created by Consciência Política --