terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Gerente de obra da linha 4 do Metrô pede afastamento de cargo


O gerente de construção da linha 4-amarela do Metrô de São Paulo, Marco Antonio Buoncompagno, pediu afastamento de seu cargo nesta terça-feira. Ele é acusado de ter participado de um esquema ilegal de contratações públicas em parceria com uma das empreiteiras do Consórcio Via Amarela. Até seu afastamento, Buoncompagno era encarregado de fiscalizar as obras da linha. O gerente nega as acusações.De acordo com o Metrô, Buoncompagno pediu o afastamento para garantir transparência nas investigações do acidente do desabamento do canteiro de obras da futura estação Pinheiros (zona oeste) no último dia 12. Sete vítimas morreram e dezenas ficaram desalojadas em decorrência do acidente.O Ministério Público Estadual abriu em 1992 uma ação civil pública para apurar o esquema.



A ação ainda não foi julgada. Para a Promotoria, o gerente foi "favorecido" pela Andrade Gutierrez nos anos 90. Buoncompagno foi nomeado na gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para controlar a construção da linha 4-amarela.Ele era responsável por comandar os trabalhos de gerenciamento e de fiscalização da construção da linha. Passavam por ele quase todas as decisões do Estado em relação à obra.Segundo a acusação do Ministério Público, as construtoras Andrade Gutierrez e Mendes Jr. eram beneficiadas por aditivos contratuais irregulares do Metrô no começo dos anos 90, para que repassassem parte dos serviços à Engemab, empresa de engenharia criada por Buoncompagno em 1989.


Subcontratação No processo, todas as partes citadas reconhecem a subcontratação da Engemab pela Andrade Gutierrez e Mendes Jr. em obras do Metrô.Entre elas estão a construção de edifício da companhia e de posto da Polícia Militar na estação Paraíso e obras da delegacia da Barra Funda e da Administração Regional de Santana na época --todas inseridas em contratações do Metrô para a ampliação das linhas 1-azul e 2-verde.O Ministério Público Estadual afirma que a Engemab ganhou, na época, US$ 6,2 milhões com as subempreitadas --a empresa admite ter recebido US$ 2,7 milhões.Buoncompagno foi engenheiro do Metrô de 1977 a 1986 e retornou novamente à empresa, na assessoria direta do presidente Luiz Carlos David, em 2003.Na segunda-feira (29), antes de pedir o afastamento, em entrevista à Folha, Buoncompagno negou a participação no esquema e disse se sentir isento para exercer sua função.

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