sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

PSDB faz acordo com Chinaglia


O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), anunciou ontem , em Vitória (ES), que a maioria dos deputados do partido vai apoiar a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara. O tucano informou que ele e outros seis colegas, de regiões diferentes, fizeram uma consulta pelo telefone a quase todos os 66 deputados eleitos e constataram que a maioria prefere Chinaglia. Jutahy não revelou o percentual de quem vota no candidato do PT e de quem apóia Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ou um concorrente alternativo, tratado de terceira via.

O anúncio da consulta foi feito em Vitória porque o líder Jutahy está de férias na capital capixaba, terra de sua mulher. “O PSDB vai respeitar a proporcionalidade, o que já é um compromisso histórico do partido. Por isso, apóia a candidatura de Arlindo Chinaglia”, disse Jutahy. Segundo o tucano, por esse critério, quem deveria indicar o candidato a presidente seria o PMDB, dono da maior bancada (89 deputados), mas os peemedebistas abriram mão da disputa e fizeram um acordo com o PT, que tem 83 deputados, para que em 2009 elejam o presidente da Câmara.

A decisão apressada teve uma razão. “Decidi fazer a consulta rapidamente para evitar especulações”, disse Jutahy. O tucano pediu emprestado a sede do partido ao ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Velloso Lucas. O anúncio foi feito com o apoio dos deputados Ricardo Santos (ES) e Sebastião Madeira (SP), e do próprio Veloso Lucas.

Assembléias
Jutahy apressou o anúncio pró-Chinaglia porque fechou dois outros acordos acordo com os petistas. O primeiro, para viabilizar a eleição de um nome preferido do governador de São Paulo, José Serra, na presidência da Assembléia paulista. O outro foi para que o próprio Jutahy consiga eleger o deputado estadual Marcelo Nilo, também tucano, na presidência do Legislativo baiano, sob as bênçãos do governador Jaques Wagner, do PT. Uma terceira ponta do acordo fechado por Jutahy com os petistas foi para a indicação do deputado Nárcio Rodrigues (MG) para o cargo escolhido pelos tucanos, que deve ser a primeira vice-presidência da Câmara (veja quadro).

Em São Paulo, o PSDB ofereceu o segundo cargo mais importante na Assembléia, a primeira secretaria, ao PT, em troca da eleição do deputado Vaz de Lima (PSDB), de confiança do governador José Serra. Os tucanos paulistas usam o mesmo argumento dos colegas federais, o da formação da Mesa Diretora na assembléia paulista obedecendo a proporcionalidade do tamanho das bancadas. “No que depender de mim e do PSDB, vamos buscar sempre o critério da proporcionalidade”, defendeu Vaz de Lima. O líder do PT, Ênio Tatto, classificou como um “bom gesto” a decisão dos tucanos de apoiar Chinaglia. O PT passou a ser o fiel da balança na eleição na Assembléia, prevista para 15 de março, e não descarta lançar candidato próprio.

O anúncio da adesão tucana foi comemorado por Chinaglia, que já tinha recebido anteontem o apoio da bancada do PMDB, o maior partido na Câmara. Eufórico, o petista resolveu ir a Vitória para participar da entrevista de Jutahy. No aeroporto de Vitória esperavam Chinaglia, os deputados Sebastião Madeira e Ricardo Santos e Nárcio Rodrigues, além de Jutahy. Também estavam lá o vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço (PSDB), e o prefeito da capital, João Coser (PT).

“Vou fazer uma administração democrática, com respeito à proporcionalidade legislativa”, disse Chinaglia. Lembrou que o seu vice-presidente deve ser alguém do PSDB. O nome mais cotado é o de Nárcio Rodrigues, apoiado pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Na próxima semana, o candidato do PT deve começar a distribuir uma carta pedindo votos aos 513 colegas. O texto será genérico e estava pronto ontem. Com a decisão da liderança do PSDB, o petista sonha inserir argumentos novos na carta.

Na próxima semana, Chinaglia pretende convencer as bancadas do PTB, PP e PL a também anunciarem o apoio à sua candidatura, mesmo divididos, como o PMDB e os tucanos. O petista também quer uma manifestação do PSB, outro partido da base parlamentar do governo, que também está dividido entre Chinaglia, Aldo e um candidato alternativo.


Decidi fazer a consulta rapidamente para evitar especulações


Jutahy Júnior (BA), líder do PSDB na Câmara

O número
238
É o número total de deputados das bancadas de PMDB, PT e PSDB, partidos que apóiam Chinaglia. A Câmara tem 513 deputados


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