FUNCIONALISMO
Orçamento Geral da União prevê contratação de 46,6 mil profissionais no Três Poderes e no ministério Público. O dobro da média anual de postos oferecidos no primeiro mandato do governo Lula
Falta de oportunidades não será desculpa para quem sonha em conseguir um emprego no serviço público. O Orçamento da União para este ano prevê a contratação de até 46,6 mil profissionais para o quadro de pessoal dos Três Poderes e do ministério Público, em diversos órgãos. Ou seja, apenas em um ano são previstas mais da metade de todas as vagas oferecidas entre 2003 e 2006, quando 81,4 mil novos servidores foram contratados. É o dobro da média anual de 20 mil vagas do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além deles, pelo menos oito editais estão sendo preparados no Distrito Federal, onde estão previstas outras 2,3 mil vagas no governo local. Os salários, como no caso da Procuradoria Geral do DF, podem chegar a R$ 13 mil, e há opções para profissionais de todas as escolaridades (veja quadro).
O Poder Executivo concentra a maior parte das vagas — 28.727. Quase a metade delas, 13.532, será destinada à substituição de terceirizados. Diferentemente do Judiciário e do Legislativo, os postos foram divididos em áreas. ministérios e órgãos vinculados a esportes, seguridade social e educação foram os mais beneficiados. Poderão contratar até 12.909 profissionais.
“Estão dizendo que 2007 será o ano dos concursos. E realmente temos várias seleções que não saíram no ano passado, por conta das eleições, além das novas oportunidades. A expectativa é de umas 45 mil vagas só no governo federal. Mas no governo local também deve aparecer muita coisa, especialmente com a extinção do Instituto Candango de Solidariedade e a redução de terceirizados e comissionados”, afirma o diretor do Obcursos, professor Wilson Granjeiro.
Uma boa dose de expectativa é para dois concursos do Legislativo federal. As últimas seleções foram em 2002 e 2003, mas são aguardados novos editais ainda no primeiro semestre deste ano. De olho na concorrência acirrada, muita gente já está se preparando. Caso da estudante Maya Moura, que nem esperou o edital para o Senado para se matricular em um curso. “Estou fazendo um segundo cursinho, me preparando para o concurso do Senado Federal. Ainda não tem edital, mas essa chance é um sonho de consumo. Tem bom salário, bom horário e a estabilidade do serviço público”, conta ela.
Juntos, os concursos do Senado Federal e da Câmara dos Deputados vão preencher 543 vagas, divididas entre cargos que exigem a conclusão do ensino médio e superior. Mas há a expectativa de que a quantidade de contratados seja maior. O Senado, por exemplo, tem planos de nomear cerca de 700 pessoas ao longo da validade do concurso. Segundo a Secretaria de Recursos Humanos do Senado, o órgão conta com 3,5 mil servidores efetivos, mas o ideal são 4,5 mil. E com salários que começam em R$ 6 mil, para nível médio, e R$ 8 mil, para nível superior.
Entre tantas chances, 4.946 das vagas do Poder Executivo já foram autorizadas pelo ministério do planejamento, Orçamento e Gestão. Os servidores serão distribuídos por nove ministérios e na Presidência da República com salários variados. No caso dos novos auditores fiscais do Trabalho, a remuneração base é de R$ 7,5 mil. Já os fiscais federais agropecuários receberão em início de carreira R$ 3 mil.