domingo, 14 de janeiro de 2007

Medição já apontava falha, diz secretário


O secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, José Luiz Portella, e o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, reconheceram que na última quinta-feira instrumentos de medição das obras na estação Pinheiros, zona oeste de São Paulo, detectaram que o revestimento do túnel estava cedendo. "Não havia necessidade de parar. Existe sempre a possibilidade [de as paredes cederem], é sempre previsto", afirmou David. De acordo com o gerente de engenharia do metrô, Ricardo Leite, o problema é comum nessas obras e foram coladas estacas para estabilizar o túnel.

Questionado se os procedimentos adotados foram os corretos, Portella disse que isso só será respondido após uma análise do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) do governo do Estado de SP, que não tem data para ser concluído. "Esse acidente ocorreu em uma obra difícil, complicada e complexa. As razões também devem ser bastante complexas, o que leva a crer que tenha havido uma sucessão de falhas", disse ontem o diretor do IPT, Vahan Agopyan. O secretário e o presidente do Metrô atribuíram a responsabilidade sobre as obras às empreiteiras (Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez ). "O Metrô não faz a obra. Quem faz é a empresa e a responsabilidade é das empresas", disse Portella. "Os riscos são das empreiteiras", disse David.

As empreiteiras, por meio de nota, culparam as chuvas.

O secretário, no entanto, defendeu o trabalho das construtoras. "A obra é feita com toda a segurança, são as melhores empresas do Brasil. Não é possível acreditar em problemas por falta de seriedade da empresa e do Metrô", continuou. De acordo com o secretário, a obra só será retomada depois da retirada do entulho, verificação das condições de segurança e realização da perícia.

As equipes de engenharia planejavam estabilizar o guindaste de 50 toneladas que está na beira da cratera com a colocação de cabos de aço. "Se chover muito, vai atrapalhar tudo", afirmou o secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão. Segundo a gerência da construção da linha 4 do metrô, os técnicos aguardarão o fim das buscas por vítimas para fazer a injeção de argamassa nas rachaduras para tentar conter a expansão da cratera. Ainda de acordo com Portella, por enquanto não é possível avaliar o montante do prejuízo causado pelo acidente.

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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1401200709.htm

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