sexta-feira, 4 de julho de 2008

Crédito para a agricultura familiar


Seguindo plano de combater a inflação incentivando a produção de alimentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Brazlândia visitar o primeiro beneficiário da linha de crédito de R$ 13 bilhões para pequenos agricultores, responsáveis por 70% da comida que chega à mesa dos brasileiros. O valor é R$ 1 bilhão superior aos recursos da safra anterior.

Apesar do modesto acréscimo, a aposta está na redução dos juros, uma vez que a principal linha, chamada de Mais Alimentos e que permite empréstimos de até R$ 100 mil, cobrará 2% de juros ao ano, com uma década para quitação. “Baixamos os juros à metade”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Para marcar as medidas do plano safra para a agricultura familiar, Lula, acompanhado do governador José Roberto Arruda, foi visitar o primeiro beneficiado pelo financiamento. Em Brazlândia, festejou a compra do primeiro trator do produtor Fernando Kubota, que tomou R$ 76,5 mil para fazer o investimento.

A máquina, com a qual Kubota pretende dobrar sua produção anual de 350 toneladas de goiaba, morango e hortaliças em 5 hectares, custou menos. Como parte da linha de crédito é destinada para a compra de tratores e implementos, houve uma negociação com a indústria. Diante da perspectiva de venderem mais 60 mil tratores e 300 mil máquinas e implementos até 2010, os fabricantes reduziram entre 11% e 17,5% os preços. Lula incitou os governadores a reduzirem o ICMS para que a queda seja maior.

Celeiro
“A inflação de alimentos, aqui neste país chamado Brasil, a gente vai combater é produzindo muito mais alimento”, afirmou o presidente. Num discurso que circulou pela defesa dos biocombustíveis, alta do petróleo e custos de energia, subsídios agrícolas e a soberania na Amazônia, a inflação foi tema recorrente. “Pedi para que o Ministério da Fazenda montasse uma equipe para a gente pesquisar profundamente o que está acontecendo com os alimentos de verdade em vários lugares do mundo”, disse, desconfiado das causas da recente carestia.

Ainda assim, o presidente insistiu que a crise mundial é uma chance para o Brasil. “As pessoas estão comendo mais. A China vai comer muito mais, a Índia vai comer muito mais, a América Latina vai comer muito mais, o Brasil vai comer muito mais, a África vai comer muito mais. Temos que plantar mais. Nós, brasileiros, sem nenhuma arrogância e sem nenhuma presunção, precisamos encarar como uma oportunidade extraordinária de nos transformarmos verdadeiramente no celeiro do mundo”, defendeu.

E apesar da evidente preocupação com a inflação, Lula sustentou que não há motivos para temores em relação à economia brasileira. “No Brasil nós estamos numa situação, eu diria, tranqüila. Não há nenhum motivo para a gente perder meia hora de sono com isso. O que nós precisamos é estar alertas para não permitir que o controle da inflação saia efetivamente de controle”, avaliou.

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