segunda-feira, 28 de julho de 2008

Governo mantém apoio na Câmara e perde no Senado


O apoio ao governo federal na Câmara dos Deputados, no primeiro semestre de 2008, manteve-se praticamente inalterado em relação ao mesmo período do ano passado, apesar das eleições municipais e das críticas ao grande número de medidas provisórias. A adesão oscilou de 52,58% para 52,88%, de acordo com levantamento da Arko Advice.

Já no Senado o impacto foi maior no período em análise, derrubando a média de adesão de 54,27% para 50,78%.

Na Câmara, o percentual atual eqüivale a 264 deputados, número bem inferior ao tamanho formal da base governista na Casa, que é de 367 parlamentares. Entre os senadores, representa a maioria absoluta da Casa, 41; porém, é inferior ao apoio formal da base aliada, que é de 53 votos.

"De qualquer maneira, nota-se neste seis primeiros meses do ano uma queda acentuada no percentual de votos contrários ao governo na Câmara por conta de um aumento considerável de ausências e de abstenções", destaca Cristiano Noronha, cientista político da Arko Advice.

O comportamento dos deputados, segundo ele, foi influenciado pelas eleições municipais. A estratégia da oposição de obstruir as votações também impactou os trabalhos na Casa e dificultou a realização de sessões deliberativas por falta de quórum.

De acordo com o levantamento, o PCdoB foi o partido mais fiel ao governo neste semestre, com apoio médio de 79,29%. O PT, partido do presidente Lula, que havia registrado o melhor resultado nos seis primeiros meses de 2007 (82,41%), ficou em segundo, com 74,01%. Depois aparecem o PP (66,8%) e o PDT (66,58%). Com 95 deputados, o PMDB é a maior bancada da Câmara e considerado o principal aliado do governo. Os peemedebistas saltaram da oitava para a quinta colocação no ranking de apoio: passaram de 63,82% para 65,35%. O PV foi o menos fiel, com 58,24%.

Pelo lado da oposição, "o PSDB e o DEM mudaram de tática neste semestre e abusaram da obstrução para impedir o avanço da votação da CSS (Contribuição Social para a Saúde). Isso fez com que os votos contrários ao governo caíssem na comparação com igual período de 2007", ressalta Noronha. No caso dos tucanos, passou de 75,03% para 28,89%. Com os democratas, houve queda de 65,76% para 24,80%.

"O percentual de ausências também cresceu bastante, sobretudo entre as legendas de oposição, que não têm compromisso com a agenda do Executivo", acrescenta o cientista político. O PPS lidera o ranking neste quesito, com 48,73% de ausência. Em seguida estão DEM (44,99%) e PSDB (41,21%). O PSOL, por sua vez, foi o partido mais presente nas sessões deliberativas da Câmara, com 5,64%.

Alagoas, com 75,51%, e Ceará, com 66,80%, foram os estados que mais votaram a favor das matérias de interesse do Palácio do Planalto. Na outra ponta, aparecem Pernambuco (41,35%), Roraima (43,26%) e São Paulo (43,59%).

Senado

No Senado, o PCdoB e o PP surgem como os partidos mais fiéis ao governo, com 87,5% de apoio. O PT vem em seguida, com 80,2%. O PDT (43,75%) e o PRB (62,5%) foram os aliados que menos acompanharam o Executivo nas votações da Casa.
Por outro lado, o PSDB votou contra os interesses do Palácio do Planalto em 61% das sessões. O DEM aparece em segundo, com 43,22%. O PDT foi o campeão de ausências no Senado (50%). Em segundo está o DEM (39,83%), seguido pelo PSOL (37,50%).

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