O Brasil voltou a ser destaque no mundo em relação ao tema corrupção após o recente relatório divulgado pela ONG Transparência Internacional que aponta o rebaixamento da posição brasileira na comparação com outros países. Na avaliação caímos cinco pontos e nos encontramos no mesmo patamar que a China, Egito, Ga-na, Índia, México, Peru, Arábia Saudita e Senegal. Nas Américas ficamos atrás do Chile, Uruguai, Colômbia e Jamaica, só para citar alguns.
O levantamento da Transparencia Internacional trabalha com o índice de percepção de corrupção entre autoridades públicas e políticas, e detectou a deterioração dessa percepção no Brasil nos últimos 12 meses, colocando o país entre os que tiveram piora significativa nas posições do ranking. Mas qual seria a novidade? O Brasil sempre não foi tido como um país onde o índice de corrupção é alarmante?
Em entrevista a Folha de São Paulo de domingo, o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, faz reflexões interessantes sobre o momento em que estamos vivendo. Ele afirma que o Ministério Público Federal foi “muito mais incisivo” na apuração dos casos de corrupção na gestão Lula do que em governos anteriores.
Ressaltando não poder avaliar em que nível se varria a corrupção para baixo do tapete em outros governos, o procurador da República declara ser ‘’possível supor que, em períodos anteriores, existiram questões suspeitas que não foram devidamente investigadas”. Antônio Fernando diz ainda que o ministério público foi mais incisivo na pesquisa de dados para apurar os casos de desvios nos últimos quatro anos. E isso teria se dado porque o MP seria tendencioso ou porque perseguiu o governo Lula?
Para o procurador, não. O que aconteceu foi simplesmente a mudança na forma de agir do MP. Ótimo que tenha sido assim! Pena que muitos ainda não tenham se acostumado.