O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, mudou o tom de sua campanha eleitoral. Ontem, durante exposição de seu programa de governo no Instituto de Engenharia de São Paulo, Alckmin desmentiu o prefeito Gilberto Kassab (DEM) a respeito dos investimentos realizados na Companhia do Metropolitano de São Paulo, o Metrô. "O objetivo não é criticar, mas apenas de colocar um fato.
A capitalização da prefitura foi de R$ 275 milhões, ótimo que a intenção seja colocar R$ 1 bilhão, mas até agora foram R$ 275 milhões", disparou o candidato tucano. Na prática, o ex-governador paulista atingiu seus dois adversários: Kassab e a ex-prefeita e ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy, do PT. Na segunda-feira, a petista disse que não fez investimentos no Metrô quando era prefeita (2001 a 2004) porque "não havia um projeto". "É claro que tinha um projeto, ela não colocou dinheiro por que não quis", retrucou Alckmin.
Ao afirmar que a prefeitura não investiu R$ 1 bilhão no Metrô o tucano acabou por atingir também o governador paulista, José Serra, colega de partido, que nos bastidores apóia a candidatura de Kassab. Serra tem elogiado a iniciativa da prefeitura - na verdade, decisão dele, Serra enquanto comandava a prefeitura paulistana - de investir no Metrô.
Também ontem, Kassab, que como os tucanos, escolheu o PT como adversário , lançou seu "quinto desafio": quanto Marta investiu no Metrô quando era prefeita? A assessoria da campanha do prefeito reitera que ele, Kassab, investirá no Metrô até o final do ano. R$ 1 bilhão. "É a primeira vez em cerca de 30 anos que a prefeitura participa da construção do Metrô, uma alternativa importante de transporte com qualidade para uma cidade do tamanho de São Paulo", ataca a campanha de Kassab.
Relatório
De acordo com o relatório de gestão da Companhia do Metropolitano referente à 2007, foram destinados ao Metrô no período recursos financeiros provenientes de repasse do Governo do Estado de São Paulo no valor total de R$ 1.189,7 milhões, sendo R$ 1.022,0 milhões transferidos a título de aumento de capital e os restantes R$ 167,7 milhões para o ressarcimento de gratuidades relativas ao transporte de idosos, desempregados, deficientes e acompanhantes, oficiais de justiça, agentes de inspeção do Ministério do Trabalho e policiais militares no exercício de suas funções, bem como o ressarcimento de 50% do desconto da tarifa destinada a estudantes e professores.
Das transferências a título de aumento de capital de R$ 1.022,0 milhões, o montante de R$ 876,8 milhões foi utilizado para investimentos diversos na Companhia e R$ 145,2 milhões para o pagamento dos contratos de empréstimos, financiamentos e renegociações de dívidas.
O total de R$ 876,8 milhões, recebidos do Governo do Estado para os investimentos, 7,4% foram distribuídos em projetos, equipamentos, obras, pagamento de despesas judiciais de desapropriações, acordos judiciais em andamento, acessibilidade para portadores de deficiência e em outros investimentos na rede atual. O restante foi gasto também com obras e desapropriações de novas linhas e expansão das existentes.
Em 2007, além do governo estadual, os maiores investidores no Metrô foram a Cesp, a Duke Energy International , AES Tietê, Cia. de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, Eletropaulo , Energias do Brasil, Cia. Piratininga de Força e Luz e Empresa Metropolitana de Águas e Energia.