quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Brasil tem menos pobres


O aumento do contigente de pessoas na classe média mostra redução da desigualdade de renda. O estudo Pobreza e riqueza no Brasil metropolitano divulgado ontem constata que despencou a quantidade de pobres dentro da população total nas seis maiores regiões metropolitanas do país, enquanto o percentual de ricos permaneceu estável. Nas seis capitais e em seus entornos, 3 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza entre 2002 e 2008, segundo estimativa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Já o número de ricos sofreu um incremento de 28,1 mil brasileiros no período. São considerados no levantamento os moradores de Recife, Salvador, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Em 2002, eram considerados pobres um terço dos moradores das seis regiões. Juntos, somavam 14,3 milhões de pessoas. Neste ano, a expectativa é de que 11,7 milhões de brasileiros, menos de um quarto da população, tenham renda per capita inferior a meio salário mínimo por mês, piso para entrar na linha de pobreza. Por outro lado, permanece relativamente estável a quantidade de ricos, pessoas integrantes de famílias que têm renda mensal superior a 40 salários mínimos, ou R$ 16,6 mil. Em 2002, eram 448 mil pessoas nas seis regiões, 1% da população total. No ano passado, foram 447,8 mil e neste ano, a estimativa é de que cheguem a 476,5 mil. O estudo considera dados das pesquisas Mensal de Emprego (PME) e Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A diminuição da pobreza está relacionada ao crescimento econômico, queda do desemprego, aumento do salário mínimo e da distribuição de renda via programas sociais, segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. “O Brasil está deixando de ser um país de pobreza absoluta para ser um país de pobreza relativa, diminuindo a distância entre o topo e a base da pirâmide”. Por outro lado, segundo ele, a expansão dos ricos depende da continuidade do crescimento econômico. “Os ganhos de produtividade acumulados com o crescimento econômico ainda não estão sendo repassados plenamente aos salários”, afirma Pochmann. Entre 2001 e 2008, por exemplo, o aumento da produtividade do trabalhador na indústria, que emprega cerca de um terço da população metropolitana, chegou a 22,6%, segundo o estudo. No mesmo período, no entanto, os salários tiveram ganhos reais de 10,5%.

Do total de ricos identificados nas seis regiões, 50,9% moram em São Paulo e 21,4% moram no Rio de Janeiro e em suas cidades vizinhas. As duas capitais também são as que reúnem o maior volume de pobres — 35,7% e 22,3%, respectivamente.


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