quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Barack Obama também quer Brasil no G-8


Assim como John McCain, Barack Obama quer expandir o acordo sobre etanol com o Brasil e defende a entrada do país no G-8. Ele foi nomeado candidato por aclamação a pedido de Hillary, que abriu mão de seus votos.

Barack Obama já tem algumas decisões tomadas em relação ao Brasil se vencer as eleições. Uma delas é expandir o atual acordo bilateral sobre etanol, que depois de 15 meses em vigor não saiu da fase de boas intenções. Outra é criar um Fórum de Energia Global com destacada participação brasileira. Ele pensa, ainda, em negociar com os países ricos a ampliação do G-8, de forma a incluir mais cinco países - entre eles o Brasil. O republicano John McCain também tem defendido a inclusão do Brasil no grupo.

Tais iniciativas foram reveladas ontem por Dan Restrepo, conselheiro político sênior de Obama para a América Latina, ao final de um seminário na Universidade de Denver sobre as perspectivas de novas relações dos EUA com a região.

Em entrevista a jornalistas brasileiros, Restrepo contou que Obama estaria muito impressionado com a importância do Brasil no continente e também no cenário global:

- Isso é algo que tem despertado a atenção dele. E isso é uma peça importante em sua visão de ter um relacionamento robusto com os brasileiros, tanto em assuntos regionais quanto em questões globais.

Ausência de conflito racial no Brasil atrai candidato

O conselheiro acrescentou que o Brasil "certamente tem capturado a atenção de Obama" tanto em termos de país, em si, quanto de sua população. Ele teria uma forte identificação com o país devido também à sua grande população negra:

- Barack tem uma visão global e uma história de vida bem diferentes da maioria das pessoas e, certamente, daquelas que alguma vez tentaram chegar à Presidência dos EUA. O Brasil tem a maior população afro-descendente do mundo, e isso claramente chama a atenção dele.

Restrepo sugeriu que esse fato provoca algo mais do que uma simples identificação racial: o Brasil seria encarado por Obama como um modelo de convivência racial:

- Chama claramente a atenção de Barack a forma como o Brasil encarou as negociações (domésticas) com os mesmos tipos de questões com as quais os EUA lidam em termos de raça. Isso é algo que lhe interessa muito, e é uma coisa que tem surgido nas discussões de nossa equipe - revelou Restrepo.

Tanto ele quanto outro conselheiro da equipe de Obama encarregada da América Latina, Frank Sanchez, desmentiram os supostos planos do candidato de visitar o Brasil ou outros países da região pouco antes ou pouco depois das eleições.

- No curto prazo isso não vai acontecer - afirmou Sanchez.

Restrepo reforçou:

- O mais importante agora é que Obama tem um programa detalhado para a região. Ele a visitará quando for possível. Importante é ter uma visão a respeito dela. Visitá-la também é importante, mas não se trata da parte mais importante. O que não podemos é continuar fazendo a mesma coisa. Temos que romper com as políticas que estão congeladas no passado.

Ele lembrou, referindo-se especificamente ao Brasil, que a criação do Fórum de Energia Global é uma proposta concreta. A idéia seria que EUA e Brasil se sentem juntos para criar um mecanismo, com a participação de potências internacionais, para lidar com os desafios mundiais nesse setor.

- Isso mostra o quanto é importante o relacionamento entre Estados Unidos e Brasil - disse Restrepo.

Quanto ao etanol, disse que Obama tem conversado com sua equipe a respeito do modelo brasileiro, citando-o como "um exemplo de segurança e ao mesmo tempo independência energética de grande sucesso":

- Segundo Barack, os EUA têm de fazer algo parecido com isso.

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