quarta-feira, 11 de abril de 2007

Maluf "roubou" US$ 120 mi, diz promotor de NY

O ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, que foi indiciado em Nova York por suspeita de desvio de recursos na construção da avenida Roberto Marinho, pode ter arrecadado US$ 120 milhões em propinas, disse o promotor do distrito de Manhattan Robert Morgenthau, ontem, segundo a agência de notícias Reuters.

Um júri popular de Nova York indiciou Maluf e quatro outras pessoas por suspeita de roubo e conspiração em março, seguindo uma investigação liderada pelo escritório de Morgenthau com a cooperação de autoridades brasileiras. Maluf, que já foi candidato à Presidência, se elegeu deputado federal em 2006 pelo PP e foi prefeito da cidade de São Paulo e governador do estado de São Paulo.

Morgenthau disse à Reuters em entrevista que o projeto da antiga avenida Água Espraiada deveria custar US$ 200 milhões, mas acabou custando US$ 600 milhões, em grande parte por meios ilegais. “Acusamos Maluf de passar (US$) 11,5 milhões por aqui (Nova York) porque temos todas as notas e tudo. Podemos provar que isso tudo foram propinas nesse contrato. Acreditamos que ele roubou (US$) 120 milhões desse projeto”, afirmou.

“Perseguição política”
O indiciamento alega que o dinheiro foi transferido para um banco de Nova York e então para outra conta em Jersey. No Brasil, a assessoria de imprensa de Maluf disse que o caso é resultado de perseguição política e que o ex-prefeito nunca teve uma conta bancária em Nova York. Um mandado de prisão foi emitido, mas a lei brasileira impede a extradição de cidadãos aos Estados Unidos. Não está claro se a ação judicial em Nova York pode levar a um processo contra Maluf no Brasil, embora o promotor tenha dito que as autoridades brasileiras indiciaram mais de 80 pessoas no Brasil com base nas informações dadas por ele.

Maluf há tempos é acusado de corrupção e passou um breve período preso na Polícia Federal em São Paulo, em 2005, acusado de lavagem de dinheiro. Mas ele também tem reputação de realizador de obras públicas. O promotor disse que seu escritório adquiriu ordens judiciais autorizando-o a entregar notas da investigação do júri para autoridades brasileiras. As deliberações do júri normalmente são mantidas em sigilo.

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