terça-feira, 17 de abril de 2007

Oposição corre para instalar a CPI do Apagão

Apesar do pouco entusiasmo demonstrado por setores do PSDB, a oposição deve protocolar até amanhã o pedido de criação da CPI do Apagão Aéreo no Senado. No início da noite de ontem, o requerimento que pede a abertura de investigação já reunia 29 assinaturas, duas a mais que o mínimo exigido pelo regimento da Casa. A expectativa é de que até o final do dia o número de signatários chegue a 35.

Para a tarde de hoje, está programada uma reunião entre o PSDB e o DEM, em mais uma tentativa de afinar o discurso em torno da CPI. No encontro, os democratas dirão que não há hipótese de recuo e a tendência é de que os tucanos também mantenham o apoio à CPI, a despeito da pressão dos deputados do partido que temem pelo esvaziamento da investigação na Câmara.

Não tem mais volta - reconheceu ontem o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) em conversa com o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), depois de subscrever o requerimento.

Ontem, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), disse temer pela perda do objeto do mandado de segurança impetrado pela oposição no Supremo Tribunal Federal (STF) , caso a investigação no Senado prospere. Mas os tucanos do Senado não estão dispostos a arcar com o ônus de abortar a CPI na Casa no momento em que o governo trabalha para enterrá-la e a investigação já é considerada fato consumado, a não ser que haja um pedido público por parte de lideranças na Câmara reivindicando a primazia da Casa de apurar as causas e apontar os responsáveis pela crise.

Os tucanos não vão voltar atrás. Até porque a investigação no Senado é a única cuja eficácia será proporcional ao equilíbrio das forças partidárias. Na Câmara, é três para um em favor do governo e isso pesa na hora de aprovar requerimentos de convocação - apostou Agripino.

O senador democrata espera para hoje as adesões do senador Marco Maciel (DEM-PE), Kátia Abreu (DEM-TO), Demóstenes Torres (DEM-GO), Jefferson Peres (PDT-AM), Osmar Dias (PDT-PR) e Almeida Lima (PMDB-SE). A semana é considerada decisiva pelo Palácio do Planalto, que deseja barrar a investigação no Senado, onde o governo tem uma base de sustentação frágil. Hoje, o líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE), inicia uma nova articulação na tentativa de demover os oposicionistas da idéia de criar a CPI no Senado.

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