terça-feira, 10 de abril de 2007

Risco-país desaba 4,87%

O dólar comercial caminha a passos largos para romper a importante barreira dos R$ 2,00, o que não acontece desde fevereiro de 2001. A última vez em que a moeda ficou abaixo deste valor foi em 15 de fevereiro de 2001, quando terminou o dia negociado a R$ 1,989. Ontem, o dólar comercial registrou uma queda de 0,39%, a R$ 2,024. Este mês, em apenas cinco dias úteis, a desvalorização acumulada da moeda americana é de 1,31% e, no ano, chega a 5,35%. Embora analistas acreditem que a cotação tão baixa irá naturalmente promover uma diminuição no ritmo de queda, hoje não parece haver obstáculos para que o dólar bata em R$ 2,00."É difícil fazer uma previsão, mas hoje não existe nenhum empecilho técnico que impeça o dólar de romper a barreira dos R$ 2", avalia Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper. "Sem surpresas externas que promovam uma alta na cotação, acredito que a barreira dos R$ 2,00 possa ser rompida ainda este mês", diz Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez.

Ontem, o mercado financeiro viveu mais um dia de otimismo, ainda refletindo dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgados na sexta passada, feriado da Paixão de Cristo. A geração de postos de trabalho em março foi de 180 mil empregos, bem acima da expectativa de 120 mil novas vagas. O dado afastou o temor de que a economia do país mergulhe em uma recessão. As bolsas subiram. O Ibovespa fechou em alta de 0,45%, aos 46.854 pontos, novo recorde de fechamento. O risco-Brasil bateu novo recorde histórico de baixa. No fechamento do mercado local, o indicador medido pelo banco JP Morgan despencava 4,87%, a 156 pontos-base. Como o risco é medido pela diferença entre o juro pago pelos papéis brasileiros e a remuneração dos títulos americanos, a queda forte ontem foi causada pelo movimento nos treasuries. Afastado, ao menos por hora, o temor de recessão nos EUA, o investidor se desfez de papéis do tesouro americano, com queda em seu preço, e migrou para ativos de maior risco e rentabilidade. O retorno pago pelos treasuries, que se move inversamente ao preço dos papéis, subiu. O resultado foi queda forte no risco dos países emergentes como um todo. O Embi da região caiu oito pontos, a 156 pontos-base.

Na BM&F, os juros futuros encerraram o dia em queda refletindo o bom humor externo. O Relatório de Mercado do BC não trouxe novidades, mantendo a previsão para a Selic no final deste ano a 11,50%, e a 10,50% para dezembro de 2008. A inflação também ficou estável, com a estimativa de um IPCA de 3,86% em 2007 e de 4% para 2008, sempre abaixo do centro da meta de 4,5%.

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