quarta-feira, 25 de abril de 2007

Investimento produtivo vai a US$ 6,6 bilhões no trimestre

No mês, IED chega a US$ 2,7 bi e saldo em conta-corrente é US$ 600 milhões maior que o esperado. O ingresso de recursos produtivos cresce a passos largos no Brasil. No primeiro trimestre, o volume de Investimento Estrangeiro Direto (IED) saltou 66,23% na comparação com os três primeiros meses de 2006 e atingiu US$ 6,578 bilhões. Além da atração em áreas tradicionais como metalurgia, números do Banco Central revelam que cresce o interesse por segmentos novos como a produção de álcool. Apenas em março, o IED acumulou US$ 2,778 bilhões. O valor, que representa elevação de 70,53% na comparação com igual período de 2006, é o maior para os meses de março da série histórica iniciada em 1947. O chefe do departamento econômico do BC, Altamir Lopes, se mostrou surpreso com o valor, já que a expectativa oficial era de ingresso de US$ 1,2 bilhão.

"O resultado do mês sofreu um desvio a maior por dois grandes negócios. Mas o andamento dos números mostra que o investimento cresce à medida que há mais confiança na economia", explica. As transações registradas ocorreram no segmento de extração de ouro e fertilizantes. Em abril, até ontem, o IED já acumulava outros US$ 1,7 bilhão. Para o mês, o número deve atingir US$ 2 bilhões. Lopes destaca que o que mais tem chamado atenção do BC é o interesse por novas áreas. Ele cita o setor de petróleo e fabricação de combustíveis e álcool que recebeu US$ 132 milhões em investimentos no trimestre. O valor é 1.785% maior que o visto em igual período do ano passado. "Antigamente, esse setor não tinha nem dois dígitos de investimento. A nossa expectativa é que só continue crescendo."
Bem acima do projetado

Além da boa notícia com IED, as transações correntes - entrada e saída de recursos do País em moeda estrangeira - tiveram resultado melhor que o esperado. O saldo de março foi quase quatro vezes superior ao estimado pelo BC, somando US$ 817 milhões. A aposta oficial era de US$ 200 milhões. No trimestre, a conta tem resultado positivo de US$ 1,694 bilhão.

Lopes explica o salto com o resultado do comércio exterior e ganhos com o recebimento de juros em aplicações e títulos no exterior. Em março, esses juros contribuíram com US$ 595 milhões. O valor é 49,12% maior que o registrado em março do ano passado. A elevação é influenciada pelo incremento das reservas internacionais, já que os mais de US$ 110 bilhões das reservas brasileiras estão em títulos públicos que recebem o juro pago no exterior, principalmente nos Estados Unidos.

O resultado mensal foi determinado pelo saldo comercial de US$ 3,324 bilhões, fruto de exportações de US$ 12,855 bilhões e importações de US$ 9,532 bilhões. Na conta de serviços e rendas, houve déficit de US$ 2,851 bilhões, resultado gerado pela entrada de US$ 2,596 bilhões e despesas totalizando US$ 5,447 bilhões. Houve, ainda, transferências unilaterais correntes com saldo líquido positivo (favorável para o Brasil) de US$ 345 milhões.


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