segunda-feira, 16 de abril de 2007

Oposição não encontra ponto de consenso

A oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva dá indícios de que nunca esteve tão dividida. O líder do PPS na Câmara, o deputado Fernando Coruja (SC), criticou os aliados PSDB e DEM (ex-PFL). O primeiro pela política econômica que defende, muito próxima da efetivada pelo Palácio do Planalto. Aos aliados do DEM, Coruja reserva críticas à insistência do partido em obstruir as votações na Câmara. Depois de afirmar que "a oposição não é uma só", o líder do PPS acredita que, tanto os parlamentares do DEM como os tucanos tem posições muito semelhantes ao governo quando o assunto é política econômica. "Eu acho que a oposição do PSDB e do PFL é legítima, embora haja, na questão da política econômica, muita semelhança entre o governo Fernando Henrique e o atual", disse Coruja.

Se a posição do líder do PPS é conceitual, o mesmo não se pode dizer da direção nacional do DEM. O deputado Alceni Guerra (DEM-PR) foi designado pelo partido para "caçar" possíveis lideranças para se tranformarem em um dos 2.500 candidatos a prefeito que o partido pretende lançar em 2008. O partido constatou que só continuará no jogo político daqui a quatro anos se conseguir eleger, pelo menos, mil prefeitos. "Precisamos ter mais democratas no Brasil. Ou (o partido) cria 2.500 referências no País e elege mil prefeitos ou será o fim da linha", alertou Guerra. As chances de repetir a aliança com os tucanos no nível municipal nem foi mencionada pelo deputado do DEM.

Do lado dos tucanos a briga é mais intestina do que com os aliados. Enquanto o governador paulista, José Serra, tenta arrancar ao máximo as benesses financeiras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e afagar o Planalto com um certo imobilismo no que diz respeito à instalação da CPI do Apagão, por exemplo, a postura dos deputados alinhados com o ex-governador Geraldo Alckmin tentam pressionar a bancada de apoio ao governo.

Na semana passada, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), realizaram pesquisas de avaliação tanto do governo como do presidente Lula. Em ambas a avaliação foi positiva. Os números foram tão bons que deputados tucanos chegaram a dizer que estão "desanimados".


Mil prefeitos

O partido Democratas (ex-PFL) fez as contas e constatou que só continuará no jogo político daqui a quatro anos se conseguir eleger, pelo menos, mil prefeitos em 2008, afirmaram políticos da legenda. Ambiciosa, a conta só se realiza caso haja número suficiente de candidatos na disputa municipal. Alceni Guerra (DEM-PR), designado como "olheiro" do partido, tem a missão de descobrir potenciais lideranças para o próximo ano.

Na última década, o então PFL desidratou e perdeu representação em capitais e governos estratégicos. Agora, afasta-se do tradicional aliado PSDB para voltar a ser competitivo. O objetivo principal é ter condições de lançar um nome à Presidência da República em 2010.
Nas eleições de 1996, a sigla liberal lançou 2.233 candidatos e elegeu 935 prefeitos, puxados pela dobradinha vitoriosa do tucano Fernando Henrique Cardoso e do então pefelista Marco Maciel ao Palácio do Planalto, dois anos antes. Em 2004, no entanto, a base se diluiu. O então PFL lançou 1.759 candidatos e elegeu apenas 790.

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