terça-feira, 13 de março de 2007

Day after: Jobim desiste da política


Nelson Jobim, o candidato derrotado a presidente do PMDB que nem chegou a concorrer - e que saiu da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar à política - declarou ontem a esta coluna que desistiu da política. Não pensa em concorrer nem a deputado federal pelo seu Estado, o Rio Grande do Sul.

A coluna encontrou Jobim num raro momento com o seu celular ligado. Ele respondia educada, mas apressadamente. Como, por exemplo, quando perguntado se guardava mágoa do presidente Lula:

- Não guardo mágoa de ninguém. Vou tocar minha vida.

- Mas permanece na política? Concorre a deputado, pelo menos?

- Não. Isso é muito déjà vu. Agora sou advogado. Terminou.

- Vai abandonar a política?

- Tentei retornar para levar o partido a discutir estratégias mais amplas. Não quiseram. Então, acabou.

Depois, Jobim pergunta como ficou composta a comissão Executiva Nacional. Mantém um silêncio religioso quando ouve que governadores que o apoiavam, como Roberto Requião (PR), mandaram representantes para a chapa de Michel Temer. Mas não resiste ao saber que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho ficou como segundo-secretário:

- Ele próprio? O Garotinho na Executiva Nacional do partido? Minha Nossa Senhora

Lula espera Jobim


O presidente Lula acha que é natural que Nelson Jobim se sinta aborrecido com o fato de o governo ter permitido a vitória de Michel Temer na convenção do PMDB (mas Lula não acha que foi responsável por essa vitória). Disse, no entanto, que vai dar um tempo e depois procurará o amigo.


PMDB junta cacos

O presidente do Senado, Renan Calheiros, está na muda. Depois de uma longa conversa com o presidente Lula, na semana passada, resolveu não mais fazer carga contra a ala do PMDB ligada a Michel Temer. Renan não vai procurar Temer. Mas, se for procurado, vai acabar compondo.


Cuidado no Senado

Apesar de saber que, cedo ou tarde, Renan Calheiros e José Sarney terão esquecido a derrota, o presidente Lula está pedindo a seus interlocutores todo o cuidado com o Senado. Lá, o governo já tinha uma maioria pequena. Agora, com o pouco entusiasmo de Renan e Sarney, são sérios os riscos de alguma derrota nas votações.


Alerta diplomático

O Itamaraty está de prontidão no Senado. Motivo: a votação do nome do embaixador Celso Marcos Vieira de Souza para assumir o posto de Lisboa, em substituição ao ex-presidente do PMDB Paes de Andrade. Paes, que foi afastado da embaixada por telefone, foi visto ontem circulando pelos gabinetes dos senadores. Inclusive pelo de Renan Calheiros. O temor no Palácio é de que os senadores peemedebistas escolham a votação do substituto de Paes de Andrade para dar o troco.


Demitidos mesmo

A deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) telefonou insistentemente para o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tentando anular a demissão dos 3 mil funcionários temporários das agências reguladoras. Ouviu que não há hipótese de o governo voltar atrás.

"Vai ser difícil para qualquer ministro novo no governo deter algum poder. Quem está decidindo tudo, em matéria de dinheiro, que é o que interessa, é o Paulo Bernardo, o Guido Mantega (Fazenda) e a Dilma Rousseff (Casa Civil)".


A volta dos Farias

A bancada de Alagoas estava em pânico com a morte do deputado Gerônimo Ciqueira (PFL), no domingo. Porque o suplente é o ex-deputado Augusto Farias, irmão de Paulo César Farias, o ex-tesoureiro de Fernando Collor Mello. No Senado, Collor e Renan Calheiros passaram horas, ontem, trocando figurinhas sobre a estratégia de relacionamento com Augusto.


Ato pró-Dirceu

O ex-deputado José Dirceu completa 61 anos na próxima segunda-feira. Seu aliados estão programando uma festança, em São Paulo, no Bar Avenida. Praticamente, um ato em favor de sua anistia.


Volta por cima

O petebista Fernando Collor de Mello (AL) tentou a todo custo aliciar o senador Mão Santa (PMDB-PI) para filiar-se ao PTB. Resposta do colega:

- Se fosse antes, eu aceitaria, porque estava escanteado no meu partido. Mas, agora que o Temer venceu, estou por cima da carne seca. Não dá.


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