sexta-feira, 23 de março de 2007

Falta de quórum prejudica análise do PAC

Parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto que estabelece limite para o crescimento da folha de pessoal da União demorará mais tempo do que o inicialmente imaginado para ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados. Em função da falta de quórum nas sessões anteriores, a etapa de análise em comissão especial será prorrogada por mais cinco sessões, totalizando 15, informou ontem o relator do projeto, deputado Fernando Pimentel (PT-CE).

Depois de sete tentativas fracassadas, pela primeira vez, houve quórum para debate na comissão, ontem. A participação do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ajudou a atrair a presença do número mínimo de parlamentares (nove de um total de 17), entre eles deputados da base aliada. Em vez de apoio, no entanto, o que o ministro ouviu de alguns integrantes de partidos aliados ao governo foram críticas contundentes ao projeto.

O projeto em exame, de lei complementar, estabelece que, até 2016, as despesas da União com pessoal, estimadas em R$ 118 bilhões para 2007, não poderão crescer mais do de 1,5% ao ano além da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, o governo pretende, ao mesmo tempo, ganhar previsibilidade sobre o comportamento da folha e conter o avanço de gastos correntes, de forma a abrir espaço fiscal para investimentos.

Conforme o Ministério do Planejamento, a folha da União cresce, vegetativamente, 0,7% ao ano além da inflação, em função de fatores como substituição de aposentados e incorporação de gratificações por tempo de serviço. Como é maior, o limite de aumento real proposto, portanto, acomodaria também expansão do quadro, via concursos, e ainda possibilidade de reajustes salariais, defendeu o ministro Paulo Bernardo.

O argumento não sensibilizou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). Contrária ao projeto, ela acha que 1,5% real ao ano não é suficiente para acomodar uma expansão da máquina estatal em magnitude compatível com as políticas públicas do PAC.

O deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE) também criticou o projeto. A seu ver, a questão do aumento da folha deve ser discutida ano a ano, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, em vez de ser estabelecida em lei complementar, por dez anos. Apesar das críticas, até ontem, o projeto não tinha sido objeto de nenhuma emenda pelos deputados, informou José Pimentel, responsável pela relatoria.

0 Comentários em “Falta de quórum prejudica análise do PAC”

Postar um comentário

 

Consciência Política Copyright © 2011 -- Template created by Consciência Política --