A exemplo do que aconteceu na semana passada, governo e oposição voltaram a transformar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara num ringue de lutas verbais, gritos e até tentativas de agressão física. Os embates mais duros foram protagonizados pelo presidente da comissão, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), acusado de agir em defesa do governo, e pelo deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), ardoroso defensor da estratégia de obstrução dos trabalhos pela oposição - dois dos mais jovens deputados da Casa.
Como numa sala de aulas de adolescentes, Picciani foi chamado de golpista, com os deputados de oposição batendo nas mesas.
Em vários momentos, Picciani usou o cargo para evitar a obstrução dos trabalhos. Como no início da sessão, quando foi votada simbolicamente a inversão da pauta, sem dar nem chance à oposição de encaminhar a votação. Ele fez um gesto com a mão, para que os governistas se levantassem e apoiassem a votação simbólica. No tumulto, Picciani chegou a usar a expressão "vocês, da oposição".
Assim que ouviram de Picciani a palavra "aprovado", governistas comemoraram e oposicionistas gritaram, batendo nas mesas:
- Golpista! Golpista!
Antes disso, Picciani já havia batido boca com ACM Neto, que o criticava por dar preferência ao requerimento de inversão da pauta do governista Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em detrimento dos demais, da oposição. E acusava-o de rasgar o regimento. Picciani disse que esclareceria sua decisão para evitar que Neto cometesse leviandades. O pefelista irritou-se:
- Não existe isso, não me chame de leviano. Isso não é regimental.
"Vai para a saia do seu pai!", gritou tucano para presidente
A oposição se irritou com Picciani; os deputados se levantaram, começaram a gritar e acusá-lo de golpe.
- Deputado ACM Neto, respeite a comissão. Aqui não é lugar de histeria e nem de histéricos. A oposição não vai ganhar no grito!
Em outro momento, Picciani voltou a usar a expressão leviandades para se referir à fala do líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS), que criticava a imparcialidade de sua condução:
- O senhor não estava aqui. Corre o risco de cometer leviandades.
O tucano levantou-se e ameaçou ir à Mesa para enfrentar Picciani.
- O senhor não pode chamar nenhum deputado de leviano! - esbravejou o tucano, que cobrou um pedido de desculpas e arrematou:
- Vai para a saia do seu pai!
Depois de Redecker, Neto pediu novamente a palavra e ameaçou boicotar a presidência de Picciani:
- Nenhum parlamentar da oposição terá vergonha na cara se deixar Vossa Excelência presidir regularmente a CCJ a partir de agora.
- Não tenho medo de cara feia e nem de ameaça, e muito menos aceito ataques - Picciani rebateu, desculpando-se, mais tarde, da acusação a Redecker.
Poucos governistas defenderam Picciani, mas aplaudiram sua reação à ameaça de Neto. O vice-líder do governo, Beto Albuquerque (RS), solidarizou-se com o colega. Já José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que o presidente não poderia impedir a oposição de falar, ainda que não concordasse com seus argumentos.(
Como numa sala de aulas de adolescentes, Picciani foi chamado de golpista, com os deputados de oposição batendo nas mesas.
Em vários momentos, Picciani usou o cargo para evitar a obstrução dos trabalhos. Como no início da sessão, quando foi votada simbolicamente a inversão da pauta, sem dar nem chance à oposição de encaminhar a votação. Ele fez um gesto com a mão, para que os governistas se levantassem e apoiassem a votação simbólica. No tumulto, Picciani chegou a usar a expressão "vocês, da oposição".
Assim que ouviram de Picciani a palavra "aprovado", governistas comemoraram e oposicionistas gritaram, batendo nas mesas:
- Golpista! Golpista!
Antes disso, Picciani já havia batido boca com ACM Neto, que o criticava por dar preferência ao requerimento de inversão da pauta do governista Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em detrimento dos demais, da oposição. E acusava-o de rasgar o regimento. Picciani disse que esclareceria sua decisão para evitar que Neto cometesse leviandades. O pefelista irritou-se:
- Não existe isso, não me chame de leviano. Isso não é regimental.
"Vai para a saia do seu pai!", gritou tucano para presidente
A oposição se irritou com Picciani; os deputados se levantaram, começaram a gritar e acusá-lo de golpe.
- Deputado ACM Neto, respeite a comissão. Aqui não é lugar de histeria e nem de histéricos. A oposição não vai ganhar no grito!
Em outro momento, Picciani voltou a usar a expressão leviandades para se referir à fala do líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS), que criticava a imparcialidade de sua condução:
- O senhor não estava aqui. Corre o risco de cometer leviandades.
O tucano levantou-se e ameaçou ir à Mesa para enfrentar Picciani.
- O senhor não pode chamar nenhum deputado de leviano! - esbravejou o tucano, que cobrou um pedido de desculpas e arrematou:
- Vai para a saia do seu pai!
Depois de Redecker, Neto pediu novamente a palavra e ameaçou boicotar a presidência de Picciani:
- Nenhum parlamentar da oposição terá vergonha na cara se deixar Vossa Excelência presidir regularmente a CCJ a partir de agora.
- Não tenho medo de cara feia e nem de ameaça, e muito menos aceito ataques - Picciani rebateu, desculpando-se, mais tarde, da acusação a Redecker.
Poucos governistas defenderam Picciani, mas aplaudiram sua reação à ameaça de Neto. O vice-líder do governo, Beto Albuquerque (RS), solidarizou-se com o colega. Já José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que o presidente não poderia impedir a oposição de falar, ainda que não concordasse com seus argumentos.(