terça-feira, 6 de março de 2007

Quem são os ladrões de verdade?

Para que existe um Marcos Valério e todo o esquema de corrupção que permeou o governo FHC , é necessário que existam corruptores e corruptos.

O desabamento de parte das obras do metrô em São Paulo pode ser mostrado como exemplo disso. O consórcio formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS pagava a um fiscal do governo (eta turma brava!) para que tudo corresse dentro do "esquema", ainda que um laudo técnico, um ano antes do acidente, tenha citado os riscos do desabamento.

Os bancos brasileiros aumentaram os custos das tarifas bancárias em mais de 100%, em um ano, enquanto o Índice de Preço Acumulado ao Consumidor (IPCA) ficou acumulado em igual período, a 2,6% por cento.

Uma juíza da Vara de Fazenda Pública, na cidade mineira de Juiz de Fora, num prodígio de incoerência, consegue num despacho afirmar que um decreto que aumentou tarifas de ônibus urbanos mostra dados irreais, mas o pedido de liminar do Ministério Público não pede os dados reais (como se coubesse ao MP fazer isso e não denunciar como fez, a mutretagem de prefeito e empresas) e chega, ela juíza, ao valor ideal, mas libera o valor maior, penalizando os usuários.

Bancos se valem de artifícios contábeis, um tal de descontar ágio de operações de compra de outras empresas, para diminuir resultados, logo pagar menos impostos, camuflar lucros e lesar o contribuinte.

O que é o Congresso Nacional com as exceções de praxe?

Em tese, a Câmara dos Deputados é a representação popular. O Senado Federal a representação dos Estados.

O general Eureclides Figueiredo, pai do ex-presidente/ditador João Figueiredo, foi constituinte em 1946 e disse ao então senador Luís Carlos Prestes, que o projeto de reforma agrária apresentado pelos comunistas estava condenado a ser rejeitado. Segundo o general o Congresso, no caso Assembléia Nacional Constituinte, representava latifundiários, banqueiros e grandes empresários.

Continua sendo assim. O deputado Juvenil Alves, eleito pelo PT de Minas Gerais numa campanha em que gastou fábulas de dinheiro, é especialista em fraudes fiscais e tributárias. Chegou a ser preso antes da diplomação. Em momento algum teve ou tem qualquer princípio ou escrúpulo, já que representa interesses de empresas e grandes fraudadores e sonegadores em seu escritório de advocacia.

Foi para o PT e virou deputado no afã de estar mais próximo dos "negócios", melhor controlar os "empregados" e garantir a impunidade da turma.


Paulo Maluf virou deputado federal, ganhou imunidade, torna mais difícil os processos contra ele e assim, lá continuam Antônio Carlos Magalhães no Senado, Jader Barbalho na Câmara e vai por aí afora.
O Congresso é o reflexo das elites brasileiras. E provoca um efeito cascata impressionante. Governadores, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, a político dita institucional virou um jogo sórdido e sujo dos interesses dessas elites.

O presidente? Tenta sobreviver em meio a alianças com essa gente, não sabe nem como compor o Ministério do segundo mandato, tamanha a sede de poder dos partidos ditos aliados e vai tocando o barco como pode e consegue.

Saída? Ora, o cara da pastinha aqui embaixo, achacador contumaz e exibido e aparecido adorador de decoradores, aprende logo a lição. Quer inclusive um mandato para além do que tem, diretor de alguma coisa, quer ser nem que seja síndico, pois já percebeu que é fácil iludir, mentir, enganar, atraiçoar, mal dizer e parecer respeitoso, bondoso, e aquele que ajuda.


As pessoas? Gandhi afirmou que o pior de tudo é o silêncio dos bons diante das trapaças dos maus.

Não existe alternativa dentro do mundo institucional e nem existe saída nesse contexto.

A partir daí a proposta de Lula de plebiscitos e referendos para questões consideradas essenciais é uma bandeira e deve ser hasteada pelo movimento popular, à medida que é um meio de luta, a luta básica da organização e formação para enfrentar as quadrilhas que controlam o Estado brasileiro.

Os banqueiros são os maiores. Os mais perigosos. Mas os das pastinhas cá embaixo também. E como são. É um círculo vicioso de um repugnante domínio dos donos sobre os medos e fraquezas do cidadão e da cidadã comuns.


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