O plenário do Senado vota amanhã o segundo processo de quebra de decoro parlamentar contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Acusado de usar laranjas para comprar emissora de rádio em Alagoas, Renan está a um passo de nova absolvição, dizem líderes governistas e oposicionistas em conversas reservadas. Além do corporativismo, eles alegam que a decisão do peemedebista de pedir licença da Presidência da Casa serviu para desanuviar o ambiente e lhe garantir apoio.
Parte dos aliados de Renan aposta que ele renunciará à Presidência na sessão de amanhã, a fim de conquistar apoios de última hora no plenário. Diante de tal quadro, interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçaram as negociações, na semana passada, sobre a sucessão no comando do Congresso. Lula deixou claro que o posto é do PMDB, a maior bancada da Casa, com 20 senadores. E se mostrou disposto a aceitar nomes já apresentados pelo grupo.
Tudo para não melindrar o PMDB às vésperas da votação da CPMF. Um dos favoritos é o senador Garibaldi Alves Filho (RN). Correm por fora, entre outros, José Maranhão (PB) e Neuto do Couto (SC). Lançado pelo ex-presidente José Sarney (AP), Edison Lobão (MA) deixou a disputa. Agora, conta com a pressão da bancada para assumir como novo ministro de Minas e Energia, no lugar do técnico Nelson Hubner, há mais de seis meses exercendo a função como interino.