Grupo da Força Nacional fez prisão de dois parentes de Joaquim Roriz no Distrito Federal e vai voltar ao Rio
O contingente da Força Nacional de Segurança, composto por 28 policiais, atribui o abrupto retorno à retaliação política pelo caso
Duas semanas após prenderem dois primos do ex-senador e ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, em Luziânia (GO), agentes da Força Nacional de Segurança (FNS) foram ontem dispensados e avisados de que voltarão ao Rio, Estado onde atuam como policiais militares. No dia 24 de novembro, Ricardo Mendes Roriz, primo do ex-governador, foi baleado e preso com maconha pela Força Nacional, após atropelar dois agentes ao tentar escapar de cerco em operação contra o tráfico de drogas.
O contingente do Rio na FNS, composto por 28 policiais militares, chegou ao entorno de Brasília em 9 de novembro e ficaria por seis meses, prorrogáveis por mais seis. O grupo atribui o abrupto retorno à retaliação política pelo caso. Dos cerca de 150 agentes da FNS que foram para Brasília após o jornalista Amaury Ribeiro Júnior ser baleado, durante reportagem, só o grupo do Rio sairá do local. Na sexta-feira, o major responsável pelo efetivo da Força Nacional reuniu os policiais do Rio e lhes contou que seriam "desmobilizados" e voltariam para casa nos próximos dias.
Agentes disseram não terem sido informados sobre o motivo para o retorno antecipado e que a PM não solicitou seu regresso.Segundo "auto de exibição e apreensão" da Polícia Civil de Luziânia (a 60 km de Brasília), dois agentes que faziam cerco a uma casa no centro da cidade foram atropelados por carro dirigido por Ricardo Mendes Roriz, filho do ex-prefeito da cidade, Juarez Luiz Roriz, primo de Joaquim Roriz. Segundo os policiais, Ricardo -acompanhado de Bruno Gomes Roriz, que seria seu primo- tentou furar o bloqueio em alta velocidade e estaria sob o efeito de álcool e/ou drogas. O carro atingiu o joelho de um agente e o pé de outro.
"Surgiu um veículo Fiat Palio em alta velocidade. Ao ver o suposto autor aproximar-se com velocidade, gritou "devagar, devagar", e como viu que ele [Ricardo Roriz] acelerou o carro, outros policiais gritaram "Pára, polícia, pára, polícia'!; apesar dos gritos de advertência, ele não parou o carro e atropelou os policiais. Só não atropelou mais porque estes se jogaram no chão", afirma comunicação da capitão da PM Maria Clara Lima Padrão Barbosa, responsável pelo grupo.
Agentes da Força Nacional dispararam contra o Fiat Palio com placa do Distrito Federal e atingiram Ricardo ao menos duas vezes. "Naquele momento, dois ou três policiais da FNS atiraram contra o veículo do suposto autor [Ricardo Roriz], atingindo de início o carro, mesmo assim o suposto autor conseguiu fugir", diz a versão da capitão. A FNS afirmou ter achado no carro "duas porções de substância de cor esverdeada, que laudo evidenciou se tratar da droga conhecida por maconha". Foi apreendida no carro ainda uma porção de "substância desconhecida". Ricardo Roriz foi atingido por tiros no braço, na perna e lombar. Ele não corre risco de morte.
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