quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

BNDES negocia com Fazenda aporte de R$ 30 bilhões


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está negociando com o Ministério da Fazenda um aumento de R$ 30 bilhões no seu "funding" para fechar seu orçamento para 2008. A intenção é elevar os recursos em relação aos valores desembolsados em 2007, que somaram R$ 65 bilhões, informou ontem Luciano Coutinho, presidente da instituição. Segundo ele, o BNDES vai encerrar 2007 com um volume de desembolsos igual ao total de seu orçamento para o ano e ainda leva para 2008 um estoque de pedidos em carteira já aprovados equivalente a R$ 90 bilhões.

"A demanda segue firme", disse Coutinho, explicando que houve uma forte aceleração dos desembolsos a partir do "deslanche de projetos de infra-estrutura" nos últimos sete meses, com os programas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas áreas de energia, saneamento e rodovias e também pela maior "confiança na economia brasileira".

De acordo com o executivo, metade da demanda por novos recursos no Tesouro está equacionada. Ele garantiu que o orçamento do banco não entrará em um eventual programa de cortes orçamentários do governo devido às perdas causadas pelo fim da CPMF. "Quando o Tesouro passa dinheiro ao BNDES é considerado ativo e não despesa, tem um tratamento diferenciado nas contas do setor público", disse.

Coutinho estava em Montevidéu ontem para a abertura da primeira operação do BNDES no exterior, um escritório de representação instalado num moderno edifício da rede World Trade Center na capital uruguaia, que será compartilhado com o Banco do Brasil .

Coutinho disse que a escolha da cidade foi para estar mais próximo das instituições de comando do Mercosul, com o qual o banco pretende ampliar os financiamentos. Montevidéu será a ponta de lança da atuação do banco na América Latina, financiando empresas brasileiras em programas de apoio à exportação de serviços e equipamentos de engenharia e projetos de infra-estrutura. Para isso contará com parcerias com a Corporação Andina de Fomento (CAF), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial e, depois, com o Banco do Sul.

A primeira agência no exterior do BNDES faz parte da estratégia do banco de ser mais "proativo" no atendimento de demandas no Mercosul e em toda América Latina. E atende a uma exigência do presidente Lula que tem dito que o Brasil colocará seus recursos à disposição para minimizar efeitos de assimetrias e apoiar o desenvolvimento dos vizinhos mais pobres. Coutinho disse que ontem mesmo Lula entregou a ele no café da manhã uma pilha de projetos de investimentos na Bolívia, país onde Lula esteve anteontem para assinar um acordo de investimentos da Petrobras.

Segundo ele, a partir desta experiência em Montevidéu o BNDES poderá até abrir outras agencias em outros países. "Se a carteira (de empréstimos) crescer, temos que considerar a necessidade de ter novos escritórios." Coutinho disse que o banco tem US$ 10 bilhões em pedidos para financiamento de projetos na América Latina, dos quais US$ 4,5 bilhões são na Argentina. Do total foram liberados US$ 2 bilhões em créditos. O banco também poderá oferecer subsídios no financiamento de projetos de infra-estrutura em países mais pobres, com um desconto de até 30% nos juros.


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