O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota oficial para lamentar a perda de dom Aloísio Lorscheider. No comunicado, Lula afirma que recebeu a notícia da morte do cardeal com pesar e tristeza ao ressaltar a dedicação do religioso "aos pobres e à justiça social".
Segundo Lula, o exemplo de dom Aloísio vai permanecer vivo para todos os brasileiros.
"Ele sempre esteve ao lado dos mais fracos, confortando-os e apoiando suas causas. A seus familiares, amigos e seguidores desejo a paz necessária para enfrentar este momento de dor e saudade", diz a nota.
No texto, o presidente ainda lembra que dom Aloísio foi "um símbolo da luta pelos direitos humanos", com especial destaque para sua atuação como presidente da CNBB.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, divulgou nota ressaltando a atuação do cardeal durante a ditadura militar em defesa dos direitos humanos.
"Sua morte evoca tempos heróicos, de resistência à ditadura militar e de obstinada militância em defesa dos direitos humanos. O período em que presidiu a CNBB corresponde ao mais duro e dramático da luta pela redemocratização do Brasil, em que teve papel decisivo, mostrando determinação e grande coragem pessoal", relembra o advogado.
"Ao lado de Raymundo Faoro, expressou os anseios da sociedade brasileira, no processo que então ficou conhecido como distensão política - e foi o primeiro passo concreto no rumo da redemocratização do país. Isso todos nós lhe ficamos devendo. O temário de sua ação político-pastoral permanece atualíssimo: defesa dos direitos humanos, reforma agrária e distribuição mais justa da renda nacional", diz Cezar Britto.
A CNBB também manifestou-se: "Admirado por sua inteligência e santidade, dom Aloísio tornou-se uma referência para o episcopado brasileiro pelo testemunho de amor e coragem na defesa dos mais empobrecidos. Igualmente, as dioceses por onde passou haverão de ter, no seu exemplo, a imagem do verdadeiro pastor que ama, cuida e conhece as próprias ovelhas".