A previsão de aumento de tudo o que o Brasil produzirá, neste ano, cresceu de 4,7% para 5,3%, segundo projeção revista pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A expectativa de crescimento econômico para o próximo ano é de 5%, mesmo com uma possível desaceleração da economia mundial.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reviu para cima a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A nova estimativa aponta aumento da riqueza nacional de 5,3% neste ano e de 5% no ano que vem. A previsão anterior da CNI, feita em setembro, era de que o PIB cresceria 4,7% em 2007. Desde 2004, a economia não cresce em percentual superior a 5% ao ano.
Mesmo com a previsão de um aumento do PIB duas vezes maior que a média dos últimos dez anos, os economistas da entidade dizem que o incremento acelerado de 2007 não representa a consolidação de um novo patamar de crescimento econômico. Para eles, falta aprimorar o ambiente de negócios para incentivar o investimento privado.
Para crescer de forma sustentada, na casa dos 5% ao ano, depois de 2009, tem que aumentar a taxa de investimentos para garantir o retorno privado - sintetiza o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco. Ele disse que a falta de infra-estrutura, sobretudo no setor de energia, pode brecar a expansão econômica no longo prazo. Mas assegurou que no curto prazo, até 2009, as previsões são otimistas, mesmo com uma possível desaceleração da economia mundial, puxada pelos Estados Unidos.
A avaliação dos economistas da CNI é de que o crescimento econômico de 2007 está sustentado pela indústria de transformação que liderou o aumento do PIB, com um crescimento de 5,8 % no ano. Eles avaliam que os ganhos de 2007 são expressivos, porque o PIB cresce com inflação controlada, com melhor distribuição de renda, com o mercado de trabalho com aumento do emprego formal, recuo dos juros reais e com ampliação das reservas internacionais do país.
Outra característica do crescimento econômico destacado pela CNI é que está sustentado pelo mercado interno. O consumo das famílias, do governo e a formação bruta de capital fixo são os principais indutores do crescimento econômico. Os economistas explicaram que o aumento da massa salarial que na indústria cresce 5% está estimulando o consumo das famílias que deve crescer 6% em 2007. Assim como o aumento da transferência de renda do governo para a população em programas como o Bolsa Família que aumentou 9,5% em termos reais, nos dez primeiros meses de 2007, com relação ao mesmo período de 2006 e a queda da taxa real de juros que aproxima-se de 7% ao ano, a menor da década.
A indústria também acelera a produção. A utilização da capacidade instalada do setor atingiu os 82%, um patamar alto, mas que não preocupa os economistas. Segundo Castelo Branco há novos investimentos na expansão do parque fabril, fato demonstrado pelo crescimento de 17,6% do setor de máquinas e equipamentos, nos dez primeiros meses do ano, quando comparado com igual período de 2006, o que serve como fator tranqüilizador para um eventual surto inflacionário:
Isso sinaliza que não vão faltar produtos industriais.