segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

vaidade só diminui FHC


Certos assuntos mexem com os nervos e com a alma de uma nação. O destino do Corinthians no Campeonato Brasileiro, por exemplo. Foi motivo de muita notícia, torcida e expectativa ao longo da semana passada, antes de ser resolvido por 11 jogadores e uma bola de futebol na partida marcada para domingo contra o Grêmio, em Porto Alegre. Outros temas despertam paixões em círculos restritos, mas não mobilizam o país – ou porque são irrelevantes, ou porque vêm à tona fora de hora, de maneira artificial.

É o caso da polêmica, também ocorrida na semana passada, entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente Lula sobre as qualidades intelectuais e administrativas de cada um.

O pontapé inicial, já que começamos falando em futebol, foi dado por Fernando Henrique numa declaração tão desastrada para seu partido quanto oportuna para Lula. Num rompante de oratória partidária (que nunca foi o forte de FHC) na convenção nacional do PSDB, o ex-presidente criticou Lula por não ter buscado elevar sua educação formal. É uma crítica surrada e esvaziada pelo sucesso eleitoral do petista. Serve, no máximo, como grito de guerra para uma parcela da sociedade que divide o mundo entre pessoas com diploma e sem diploma. Outros dividem o mundo entre quem tem votos e quem não tem. As duas visões são limitadas.


Lula rebateu o chute de Fernando Henrique no meio da semana, durante uma entrevista na TV. Disse que pode ter menos formação escolar que o tucano, mas governa melhor que ele. Uma rebatida e uma canelada. Seria emocionante se estivéssemos em plena campanha eleitoral, tendo Fernando Henrique e Lula como concorrentes ao Planalto. Não é o caso.

Para dizer que Lula não sabe se expressar corretamente em português, Fernando Henrique precisa primeiro reconhecer suas próprias limitações no manejo do idioma. Falado e escrito. Ele nunca disse, por exemplo, que aposentados são vagabundos, mas foi o que disse a partir de uma fala mal improvisada em 1995. Em 1975, quando o então sociólogo Fernando Henrique foi preso por “subversão esquerdista”, a “prova do crime” alegada pelos militares era um texto em que ele criticava a análise feita pelos marxistas dos problemas do subdesenvolvimento.

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