quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Para CNI, PIB manterá ritmo atual em 2008


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 será de 5%, o que revela leve desaceleração sobre o ritmo de 2007 (5,3%). Com relação ao PIB industrial, a expectativa também é de menor velocidade. Os economistas da entidade acreditam que o crescimento acelerado, verificado este ano, não significa conquista de novo patamar, porque o câmbio prejudica a competitividade de vários segmentos, a infra-estrutura ainda é deficiente, falta mão-de-obra qualificada e o aumento dos gastos públicos exige aumento da carga tributária e limita a redução dos juros.

Com relação a 2007, o presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), afirma que não há sinal de desindustrialização, porque o crescimento das importações não está deslocando a produção nacional. Admitiu que os resultados deste ano foram muito bons e derrubaram as previsões feitas em janeiro. Na CNI, a projeção de crescimento do PIB teve de ser elevada duas vezes, até chegar a 5,3%. O mesmo ocorreu com o PIB industrial, que vai elevar-se 5,3%. A indústria de transformação deve crescer 5,8% em 2007, mais que o dobro do ritmo verificado em 2006 e 2005.

O crescimento do emprego formal, neste ano, também é ressaltado pela CNI. Os postos de trabalho com carteira assinada aumentam mais que os informais há 33 meses consecutivos.

O cenário externo traçado pela CNI para 2008 é "favorável", ao contrário do que muitos analistas afirmam. Os sinais atuais indicam um desaquecimento menos intenso da economia americana, o que reduz o impacto sobre o mercado global. Além disso, os países emergentes, principalmente China, Rússia e Índia, continuam crescendo cerca de 10% ao ano, o que beneficia o Brasil.

Além de um ambiente internacional favorável, o crescimento de 5% para o PIB, em 2008, tem como base, segundo a CNI, demanda interna forte e aumento dos investimentos. A entidade calcula que o consumo das famílias será 6,2% maior que o deste ano (6%) e a formação bruta de capital fixo vai elevar-se 14%, taxa maior que os 12,8% estimados para 2007.

A inflação prevista para 2008 - IPCA em 4,1% - não preocupa os industriais e as projeções para o câmbio são de ligeira valorização do real em relação à cotação média do dólar em dezembro (R$ 1,78). Para a CNI, um dólar vai valer R$ 1,76 daqui a um ano, o que vai continuar estimulando as importações. Portanto, o saldo comercial deve ser de cerca de US$ 25 bilhões no final de 2008, o que representa perda de US$ 15 bilhões em relação à previsão deste ano.

No cenário fiscal, a CNI prevê que, em 2008, o setor público consolidado - União, Estados e municípios - vai fazer um superávit primário de 3,2% do PIB, o que representa menor rigor em relação aos 4,1% deste ano. Mas a relação entre dívida líquida e PIB vai melhorar, passando de 42,9% para 41,3%.

Monteiro Neto mostra preocupação com o aumento dos gastos do governo, o que pode deteriorar o quadro fiscal do país e desequilibrar a economia. "Uma política fiscal expansionista implica uma política monetária conservadora", alerta. Ele admite que o fim da CPMF, defendido pela indústria, não trará grandes preocupações, porque espera-se a continuidade do crescimento econômico, o que vai elevar a arrecadação. Mas reconhece que, no curto prazo, vai haver alguma restrição com a reprogramação de despesas, principalmente na área da saúde, e com o contingenciamento ou corte de despesas previstas em emendas de parlamentares

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