Ao justificar as razões que o levam a combater a CPMF, o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado, declarou ao blog de Josias de Souza, da Folha Online, que chega a "sair da esfera terrestre" para "dialogar" com o ex-governador, morto em 2001. "Converso, em sessão espírita, com Mário Covas. Ele me fala assim: "Arthur, vote contra a CPMF'". O deputado estadual Bruno Covas (PSDB-SP), neto do ex-governador, falou à coluna da Mônica Bergamo
FOLHA - Arthur Virgílio está falando com o seu avô.
BRUNO COVAS - Eu li isso. Eu fiquei até com vontade de ligar e pedir para o Arthur Virgílio perguntar para o meu avô o que ele está achando da minha atuação como deputado estadual (risos).
FOLHA - Vocês já "falaram" com o ex-governador?
BRUNO COVAS - Eu não consigo falar. Mas uma tia da minha mãe, que é espírita, falou para a minha avó [Lila Covas] um dia que uma entidade falou sobre o Mário Covas, que ele estava bem. E aí foi um telefone sem fio, ficou todo mundo ligando. Mas eu acho difícil que o Arthur Virgílio converse com o Mário Covas. Como também acho difícil que ele realmente bata no presidente Lula, como ele falou certa vez, né?
FOLHA - O Covas votaria contra a CPMF?
BRUNO COVAS - Ah, olha, aí pergunta para o Arthur Virgílio, que conversa com ele.
FOLHA - Qual a sua posição?
BRUNO COVAS - A carga tributária é alta. Mas eu não escolheria a CPMF para cortar. Escolheria outros impostos. A CPMF tem o caráter de permitir que se investigue quem está sonegando. Agora, é uma questão de momento. A oportunidade que tem a oposição de combater a carga tributária é com a CPMF. Então, se fosse senador, eu votaria contra.