segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Alckmin apela às bases para pressionar PSDB


Ex-governador diz a representantes de diretórios da zona leste que partido perderá legitimidade se não concorrer em São Paulo

Tucano afirma que não desistirá "de jeito nenhum" e que "o PSDB, como sempre, deve ter candidato próprio na cidade de São Paulo"


Assistindo à mobilização da cúpula de seu próprio partido para que desista de concorrer à Prefeitura de São Paulo em benefício do DEM, o ex-governador Geraldo Alckmin decidiu apelar às bases para pressionar o comando do PSDB. Na manhã de ontem, após participar de uma missa no bairro de Arthur Alvim, Alckmin se reuniu com representantes de diretórios municipais na zona leste.
No discurso, ele afirmou que a direção do PSDB perderá legitimidade para exigir o lançamento de candidatos no resto do país se não o fizer na maior cidade da América do Sul.

Uma manifestação de apoio à candidatura está programada para a semana que vem, na zona leste. Hoje, a proposta também será levada por seus apoiadores à reunião da Executiva Municipal do partido.
Insistindo que "o sentimento do partido é pela candidatura própria", Alckmin sugere que o PSDB ouça "todas as instâncias partidárias, base, militância e direção: não exclua ninguém".

Alckmin também passou a assumir publicamente a defesa da candidatura própria. Segundo ele, "o PSDB, como sempre, em todas as eleições, deve ter candidato próprio na cidade de São Paulo". Disposto a procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso -defensor do acordo com DEM-, Alckmin alega que a candidatura é estratégica para o PSDB.

"Minha posição pessoal, que tenho o dever de expor, é que tanto a sociedade como o partido esperam uma candidatura do PSDB. O povo e a cidade só têm a ganhar com isso. Tem opção para o eleitorado, para a sociedade", disse. Esse "é o caminho que parece mais adequado, pela força que o partido tem".

Além da movimentação no Diretório Municipal do PSDB, a candidatura de Alckmin estará em pauta num jantar na noite de hoje na casa do deputado estadual Bruno Covas.
Alckmin esboça essa reação num momento em que setores de seu próprio partido trabalham para asfixiar a candidatura e surgem rumores de que ele estaria disposto a desistir. "De jeito nenhum", assegura ele.

Ele até admite a hipótese de abrir mão em favor do prefeito Gilberto Kassab (DEM), mas duvida que seja o desejo do partido. "Se esse for o sentimento partidário, nenhum problema", diz Alckmin. Mas ele ressalva: "Não entendo que esse seja o sentimento do partido. O sentimento é de candidatura".

"Política é destino"

Diferentemente do que afirmam os entusiastas da candidatura Kassab, Alckmin nega que esteja ansioso para concorrer: "Se o partido quiser que eu seja candidato a prefeito, fico muito feliz. Já quis ser candidato em 2000. Se não, tudo bem. Política é destino. Quero ser o resultante do desejo do partido e da sociedade", minimiza.

Sobre a proposta de se resguardar para o governo do Estado, Alckmin repete que a eleição de 2010 está longe demais. Mas agradece: "Fico muito honrado de ser lembrado para governador. Mostra que fiz um bom trabalho no governo". Folha

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