terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Patrus Ananias é último obstáculo para acordo entre PT e PSDB mineiro


O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, é o último obstáculo para que o secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Márcio Lacerda, seja o candidato de consenso entre o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT) e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), para a eleição na capital mineira. Lacerda, que jamais disputou eleição e não mora em Belo Horizonte (reside em Brumadinho, município vizinho), é filiado ao PSB do deputado Ciro Gomes (CE), de quem foi tesoureiro de campanha presidencial em 2002 e secretário-executivo no Ministério da Integração Nacional.

Rival de Pimentel na disputa interna pela candidatura ao governo de Minas em 2010 e, muitas vezes, lembrado como possível candidato do PT à Presidência, Patrus será o último a ser consultado sobre o acordo pelo presidente regional da sigla, o deputado federal Reginaldo Lopes. Lopes esteve com o prefeito na sexta-feira, irá se encontrar com o ministro Luiz Dulci, no dia 7 e com Patrus dia 12.

Por meio de sua assessoria, o ministro disse que "não fecha portas" à negociação. Reconhece que a condução do processo deve ficar com Pimentel, mas exige que o PT "converse internamente". Segundo o ministro, o acerto para a eleição não implica em compromisso para 2010. É uma garantia que a aliança não irá beneficiar a dobradinha de Aécio a presidente ou senador pelo PSDB e Pimentel a governador pelo PT. Um dos raros petistas mineiros em oposição clara ao governador tucano, Patrus não comenta sobre a possibilidade do candidato de consenso entre PT e PSDB ser um secretário estadual.

A provável aliança entre o PSDB e o PT na disputa por Belo Horizonte não deverá contar com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente não quer se desgastar defendendo uma aliança que deverá provocar muita polêmica em seu partido. Lula já comunicou Pimentel, sobre sua decisão. E Pimentel já deu o recado ao governador. Pimentel e Aécio são os dois principais articuladores dessa aliança com vistas a 2010. Aécio quer uma ampla base de apoio para sua eventual candidatura à Presidência. Pimentel quer o apoio, ainda que velado, do tucano para uma eventual disputa ao governo do Estado. A posição de Lula foi tema do encontro de ambos na quinta passada.

Embora Aécio e Pimentel evitem discutir nomes pela mídia, Lacerda, é o único a contar com apoio de tucanos e petistas mineiros. Aécio apresentou outra possibilidade, a ex-reitora da UFMG Ana Lúcia Gazzola, hoje morando em Caracas, como diretora de Ensino Superior da Unesco, sabendo que a acadêmica não tem trânsito dentro do PT. Lacerda, de personalidade discreta, tem fugido da imprensa desde que começou a ser citado. Por meio de assessores, diz que está ocupado com a pasta.

Com o avanço do acordo, a disputa interna pela pré-candidatura do PT começa a se tornar uma competição pelo lugar de vice na chapa. Pelo menos dois pré-candidatos já deram declarações de apoio à estratégia de Pimentel. O deputado estadual Roberto Carvalho deu declarações à imprensa mineira, informando que não é contrário ao nome de Lacerda. O vereador Miguel Corrêa Júnior, outro pré-candidato, também fez comentários favoráveis. São ainda pré-candidatos André Quintão e Rogério Corrêa.

Pimentel estaria disposto a desistir da aliança com Aécio caso Patrus Ananias quisesse disputar sua sucessão. Ananias, que é ex-prefeito da capital e tem eleitorado garantido na cidade, já disse que não quer. Outra hipótese que poderia inviabilizar a aliança, lembrada por dirigentes petistas, seria a candidatura de Dulci.

Para Aécio, o acordo será uma demonstração de capacidade de articular alianças. Na sua avaliação, este é seu diferencial na disputa interna contra o governador de São Paulo, José Serra, pela vaga presidencial. Serra tem dificuldades para convencer o PSDB a apoiar a reeleição de Gilberto Kassab (DEM) na capital paulista. Na semana passada, o presidente do PSDB nacional, senador Sérgio Guerra (PE), esteve em Belo Horizonte para um encontro com o governador no qual garantiu que ele tem carta branca para articular a aliança.


1 Comentários:

  • terça-feira, 29 janeiro, 2008
    Anônimo Disse:

    Fazer política é uma arte,eu sei porque o prefeito quer uma aliança agora...Petistas não se desesperem,botem o Teco e o Tico a trabalhar...para chegarem a uma conclusão

    delete

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