terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Fusões e aquisições sobem 91% em 2007


O número de fusões e aquisições no País cresceu 91% no ano passado em relação a 2006. O cálculo leva em consideração apenas as operações desse tipo finalizadas durante o período. Ao todo, foram 451, contra 236 realizadas em 2006. Somada, a indústria de fusões e aquisições movimentou, no Brasil, volume financeiro superior a Us$ 46 bilhões em 2007. O valor é aproximadamente 10% superior aos US$ 42 bilhões levantados no fechamento de 2006.

Na América Latina, o número e o volume movimentado por operações envolvendo fusões e aquisições durante o ano passado também registrou alta importante, de mais de 80%. Saltaram de 637 para 975 ao todo, saindo de uma captação de US$ 780 bilhões em 2006, para US$ 142 bilhões no fim do ano passado.

De acordo com os dados da Thomson Financial Latin America, o destaque no País foi a atuação do Citibank durante 2007. Operações envolvendo fusões e aquisições nas áreas de petroquímica e siderurgia fizeram com que o banco subisse no ranking de negócios anunciados ao longo do ano passado. Segundo o relatório, o Citi acumulou US$ 17 bilhões no segmento, cerca de 29,5% de participação do mercado, com 31 operações. Em 2006, o banco ocupava a sexta posição no mesmo levantamento, com 16 operações que levantaram US$ 12 bilhões. "Tem aumentado a competição entre os três principais concorrentes do ranking. Estar entre os cinco primeiros é algo bastante considerável", afirma o chefe de investimentos do Citibank, Ricardo Lacerda.
O executivo aponta que, em 2008, o banco deve continuar crescendo com essas operações. E, para isso, conta com o aumento do consumo interno brasileiro. "Esse é um dos fatores que acaba impactando positivamente as empresas. Os setores de telecomunicações, varejo, como frigorífico e, ainda, energia elétrica são grandes exemplos desse movimento", exemplifica Lacerda.

Na avaliação do executivo do Citibank, há empresas de alguns setores que também devem continuar aquecendo a indústria de fusões e aquisições no País. "O segmento de bancos é um desses casos. Os grandes já têm posições mais ou menos definidas no mercado brasileiro. Mas há espaço importante para consolidação dos médios, que foram em grande número à Bovespa durante 2007", cita Lacerda. Em sua opinião, o mesmo poder ser dito em relação aos setores ligados à construção civil, que também levou diversas empresas ao mercado de capitais no ano passado.

Para continuar crescendo na área de fusões e aquisições, o Citi já conta com o mandato para operar duas operações neste ano. "Ambas na área de energia elétrica, com a privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que está sendo preparada para um processo de privatização, e a Brasiliana, holding que controla a Eletropaulo", afirma o executivo do Citibank.

Único brasileiro

Na área do ranking da Thomson que contabiliza unicamente as operações anunciadas, há um único banco brasileiro entre os dez primeiros em número de fusões e aquisições. É o Itaú BBA, que em 2007 participou de 18 operações desse tipo, movimentando US$ 7,5 bilhões, o equivalente a cerca de 13% de todo o mercado brasileiro. Isso lhe valeu a sexta posição durante o ano passado. A principal estratégia do banco para continuar bem posicionado no ranking inclui tentar trazer empresas com as quais já tem relacionamento e prestar diferentes serviços. "Fusões e aquisições não são operações que as companhias fazem a todo momento, comuns a seu dia-a-dia. Como são eventos pontuais, é necessário ter bem claro que a qualidade do serviço prestado será o diferencial para continuar atuando forte nesse segmento", afirma o presidente do Itaú BBA, Candido Bracher.

Para o executivo, um dos fatores a ser levado em consideração para as instituições nacionais que têm pretensão de competir nesse segmento - dominado por grandes conglomerados internacionais - são as operações de menor porte. Segundo Bracher, o conjunto delas pode agregar bastante aos bancos. "Foi o nosso caso durante 2007. Dos 18 mandatos dos quais o BBA participou, uma série foi de operações de menor porte. Nos interessamos pelas grandes operações, mas essas outras agregam valor importante no todo."

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