terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Jobim recua e aceita hub em Congonhas


Depois de avaliar o impacto das últimas medidas adotadas para reduzir gargalos do Aeroporto de Congonhas (SP) e expandir a infra-estrutura do Aeroporto de Guarulhos (SP), o governo voltou atrás. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou ontem que Congonhas (SP) voltará a operar como hub, ou seja, um centro de distribuição de vôos, e a receber vôos fretados, a partir de 16 de março. Comunicou ainda que o Aeroporto de Guarulhos (SP) não terá mais uma terceira pista.

Em contrapartida, ele informou que serão executadas obras a fim de otimizar a operação do Aeroporto de Guarulhos. Garantiu também que o Executivo continua a procurar um lugar na Grande São Paulo para construir o terceiro aeroporto da região, "uma solução de longo prazo". Serão desembolsados R$ 40 milhões para a elaboração do projeto e R$ 2 bilhões para a preparação do terreno. A meta do governo é decidir o local e concluir o projeto até junho do ano que vem. Serão necessários mais de cinco anos para o novo aeroporto entrar em operação. Em relação ao sistema para compensar passageiros por atrasos e cancelamentos de vôos, medidas que seriam anunciadas antes do Natal, o ministro disse que as novas regras serão divulgadas depois do Carnaval.

A presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, e sua equipe perceberam durante a operação realizada no fim do ano, contra atrasos e cancelamentos de vôos, que a determinação para que Congonhas deixasse de ter escalas e conexões gerou um reflexo negativo nos saguões e nas áreas de check-in do aeroporto. Os passageiros que só estavam de passagem por Congonhas eram obrigados a buscar suas bagagens e a fazer outro embarque, o que aumentava as filas. Apesar de voltar a ser um hub, o aeroporto continuará tendo 34 movimentos por hora. Antes, o número de pousos e decolagens por hora era 48.

"Quem ganha é o consumidor", comentou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Márcio Monsão Mollo. "As companhias aéreas receberam a notícia com satisfação. As empresas já haviam mostrado que as medidas eram desnecessárias".

O governo notou também que Congonhas ficava ocioso aos sábados entre 14h00 e 22h45 e aos domingos entre 6h00 e 14h00. Decidiu, portanto, autorizar os vôos fretados nesses períodos. Os vôos charter haviam sido banidos do aeroporto. Além disso, as operações de Congonhas voltarão a ser balizadas pelo peso das aeronaves. Antes, independentemente do número de passageiros ou da carga, os aviões que decolassem ou pousassem naquele aeroporto não poderiam voar mais do que 1.500 km.

O ministro descartou a construção de uma terceira pista no Aeroporto de Guarulhos (SP). Segundo Jobim, estudos demonstraram que o empreendimento não teria viabilidade técnica e econômica. Se fosse feita na parte norte do aeroporto, a pista custaria R$ 750 milhões. Os aviões que ali operassem teriam a visibilidade prejudicada pela Serra da Cantareira. Caso construída ao Sul, o nivelamento do terreno custaria R$ 2,8 bilhões.

Outra medida estudada era reformar as duas pistas existentes para que elas operassem de forma simultânea. As obras demandariam investimentos de R$ 691 milhões, mas a capacidade do aeroporto não aumentaria nem 10%. As operações serão otimizadas e até julho, serão construídas saídas rápidas nas pistas, que permitirão um menor distanciamento entre as aeronaves que pousarão no aeroporto. Serão criados também mais pátios para o estacionamento de aviões. Assim, a capacidade do aeroporto será aumentada de 45 movimentos por hora para 54. Será erguido também mais um terminal de passageiros

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